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Cotidiano

Crime bárbaro parou o Porto de Santos e chocou todo o litoral de SP

Em 24 de janeiro de 1959 o homem apelidado de 'Navalhada' seria visitado pela sombria presença da morte

Jeferson Marques

28/07/2024 às 09:56

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Imagem meramente ilustrativa

Imagem meramente ilustrativa | Foto de Cottonbro Studio/Pexels

Porto de Santos, o maior da América Latina. Com quase 1.500 funcionários e cerca de 7 milhões de metros quadrados, uma das principais portas econômicas do mundo guarda em sua memória um crime chocante. Em 24 de janeiro de 1959, 'Navalhada' seria visitado pela sombria presença da morte.

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Antônio André Carrijó, conhecido como 'Navalhada', tinha um temperamento forte e não levava desaforos para casa. No auge dos seus 52 anos, era um dos fundadores do Sindicato dos Estivadores de Santos. Competente em suas funções e profundo conhecedor do cais santista, sua logística e funcionamento, Navalhada não tinha muita paciência e odiava fofocas, conversinhas ou que alguém lhe desse ordens. Genioso, era visto como valentão e andava armado.

No caminho de Navalhada estava o também estivador Simão Xavier de Oliveira, de 46 anos. De temperamento difícil, jeito grosseiro e paciência zero, era famoso por arrumar confusão aos quatro cantos do Porto. E, assim como Navalhada, também andava armado.

Testemunhas daquele 24 de janeiro de 1959 contam que, logo cedo, Navalhada e Simão haviam discutido de forma muita intensa por conta de divergências na rotina de trabalho do dia. E só não chegaram a se agredir por causa da intervenção de seus colegas, que levaram cada um para um canto e pediram pelo fim da discussão.

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Poucas horas depois, por uma coincidência mortal do destino, ambos voltaram a se encontrar na frente do Armazém 15, próximo à Bacia do Mercadão. 

Navalhada, ainda irritado com o colega por causa dos desaforos que ouviu momentos antes, sem dizer uma única palavra sacou seu revólver e deu vários tiros em Simão. A maioria, é verdade, pegou na barriga e virilha, fazendo com que ele caísse no chão. Na tentativa de dar o "tiro de misericórdia", Navalhada se aproximou de Simão, que estava deitado, mas foi surpreendido pela velocidade de reação dele, que sacou sua arma em milésimos de segundos e, mesmo ferido, atingiu Navalhada também na barriga. Ele tentou correr, ganhar espaço e dar o tiro final em Simão, mas acabou levando um pelas costas. Este, sim, mortal.

Simão tentou fugir, porém, como estava muito ferido, não foi muito longe, sendo alcançado por colegas e por uma ambulância. Todavia, ele teve êxito ao descartar a arma do crime, jogando-a dentro de um canal, para nunca mais ser encontrada.

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As mesmas testemunhas afirmam que Navalhada foi colocado dentro da ambulância já sem vida, e levado à Santa Casa de Santos, onde seu óbito foi confirmado.

Simão sobreviveu, mas sequer respondeu pelo crime, já que não houve representação legal contra ele. Ele morreu décadas depois, mas não se sabe ao certo a causa. 

Uns dizem que foi graças a um câncer no intestino. Outros, por causa de uma infecção generalizada. Todavia, a Reportagem do DL não conseguiu descobrir a causa certa até o fechamento deste texto.

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O embate entre Navalhada e Simão, com a morte do primeiro, foi tema de conversas entre políticos e pessoas comuns em Santos e região por muitos meses.

E há quem diga que nos dias atuais ainda se pode ouvir gritos raivosos vindos dos cantos mais escuros do Porto, e até mesmo gemidos com promessa de vingança.

Seriam os espíritos de Simão e Navalhada, ainda se confrontando?

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