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Cotidiano

Cresce o número de graduados trabalhando por conta própria

Um dos motivos é a relação desigual entre as vagas oferecidas e a formação das pessoas

Gladys Magalhães

13/05/2022 às 13:36  atualizado em 13/05/2022 às 13:37

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Ainda que a pandemia esteja cada vez mais controlada, especialistas esperam que o trabalho autônomo siga como tendência

Ainda que a pandemia esteja cada vez mais controlada, especialistas esperam que o trabalho autônomo siga como tendência | Roan Lach/Pexels

Não é de hoje que a taxa de desemprego no Brasil tem registrado números expressivos. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil fechou o primeiro trimestre do ano com 11,9 milhões de desempregados.  Ainda assim, dados da LCA Consultores mostram que vem crescendo o número de pessoas, sobretudo graduadas, que  estão pedindo demissão de seus empregos, cerca de 500 mil somente em fevereiro. Junto a isso também vem crescendo o número de graduados trabalhando por conta própria.

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Um levantamento, realizado pela pesquisadora Janaína Feijó, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas), com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios), a pedido do jornal Folha de S. Paulo, mostra que o número de pessoas com curso superior trabalhando por conta própria ultrapassou 4 milhões no terceiro trimestre de 2021, o maior para o período desde que começaram as medições, em 2015. O fenômeno, segundo especialistas ouvidos pela Gazeta de S. Paulo, tem diversas explicações.

“A pandemia acelerou algumas mudanças que já vinham ocorrendo no mercado de trabalho nos últimos anos, principalmente por conta do avanço das tecnologias digitais e das novas habilidades requeridas pelo mercado. Desde a recessão econômica de 2014-2016, a economia brasileira não tem conseguido crescer e isso dificulta a geração de postos de trabalhos formais. A pandemia trouxe mais incertezas ao mercado de trabalho brasileiro, aumentando o desemprego e o fechamento de empresas. A saída que muitos encontraram foi trabalhar de forma autônoma e isso inclui pessoas com ensino superior”, explicou à Gazeta, a pesquisadora Janaína.

Outro motivo é o descompasso entre as vagas oferecidas e a formação dos profissionais, acredita Míriam Rodrigues, docente na Universidade Presbiteriana Mackenzie na área de Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas. “Não há uma relação ideal entre as vagas oferecidas e as formações que as pessoas possuem, o que, entre outras coisas, acaba prolongando o processo de recolocação profissional e faz com que a pessoa opte por trabalhar por conta própria", diz.

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Já a gestora de carreira e neurocientista Andrea Deis lembra que a grande oferta de mão de obra acaba diminuindo os salários e os benefícios do trabalhador, e pessoas que investiram muito na carreira se sentem desvalorizadas e decidem empreender.  Este, inclusive, foi um dos motivos que fez o empresário Jair Romano Júnior, de 34 anos, a largar a carreira executiva em 2020 e investir no próprio negócio.

“Eu queria investir no meu próprio sonho e tentar impactar positivamente a vida das pessoas. Hoje, não penso em retomar o trabalho de executivo e espero poder investir ainda mais em novos negócios”, diz ele, que é formado em tecnologia, possui pós-graduação do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts) e hoje possui uma empresa de tecnologia.

Jair Romano Júnior largou a carreira executiva em 2020  para investir no próprio negócio
Jair Romano Júnior largou a carreira executiva em 2020  para investir no próprio negócio (Arquivo Pessoal)

Perfil
Ainda que os diplomados empreendedores, como Jair, respondam pela maior parte dos graduados que trabalham por conta própria. Eles não são os únicos.

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“Enquanto uma parte destes conseguiram identificar oportunidades para empreender, criando negócios a partir do surgimento de novas demandas da sociedade, outros acabaram se tornando autônomos como uma estratégia de sobrevivência, realizando bicos e trabalhos temporários”, comenta Janaína.

Como será o amanhã?
Para o futuro,mesmo com a pandemia cada vez mais controlada, as especialistas esperam que o trabalho autônomo siga como tendência.

“Já era uma tendência antes da pandemia, mas que foi acelerada durante o lockdown, e é uma condição que veio para ficar”, afirma Andrea.

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Janaína completa: “A pandemia está sendo superada, mas algumas tendências parecem ter vindo para ficar. As pessoas estão bem mais abertas para empreender e passaram a valorar mais os trabalhos híbridos e as jornadas flexíveis. Diante de tudo isso, espera-se que os autônomos continuem crescendo nos anos seguintes, mas em um ritmo mais lento do que o observado nos dois anos anteriores.”

5 dicas para quem quer trabalhar por conta própria
Ser freelancer ou investir no próprio negócio não é tarefa fácil. Para quem deseja seguir por este caminho, as especialistas dão algumas dicas. Confira:

1 - Não aja por impulso
Se a ideia é abrir o próprio negócio, procure planejar muito bem esse movimento.

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2 - Estude o mercado
Procure atuar ofertando um produto ou serviço que seu bairro, cidade, ou comunidade  está demandando.

3 – Qualifique-se
É importante coletar informações e fazer algum curso de capacitação que propicie uma visão geral sobre como gerir o negócio.

4 – Tenha um plano de negócios
Informe-se sobre a concorrência, os custos, a margem de lucro, e analise todos os riscos envolvidos.

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5 – Esqueça o passado
Não adianta trabalhar como autônomo e querer ter rotina e benefícios de CLT. Para que o movimento dê certo é preciso aceitar o ônus e o bônus da situação atual.

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