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Cotidiano

Copa América: Escolha do Brasil como sede gera críticas

Para especialistas, é temerário trazer a Copa ao Brasil por importação de variantes e aumento da taxa de contágio; Conmebol agradeceu Bolsonaro

Bruno Hoffmann

31/05/2021 às 16:52

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Segundo Conmebol, o presidente Jair Bolsonaro autorizou a realização da competição no Brasil

Segundo Conmebol, o presidente Jair Bolsonaro autorizou a realização da competição no Brasil | /Pedro Ladeira/Folhapress

Nesta quarta-feira, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) confirmou que a Copa América de 2021 será sediada pelo Brasil. O acordo foi firmado depois que a Argentina confirmar que não teria condições de sediar o torneio pela piora da pandemia da Covid-19. A Colômbia também já havia se negado a receber a competição.

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Para especialistas, é uma decisão temerária trazer a Copa América ao Brasil, pelos riscos de aumento de viagens no País, importação de variantes e aumento da taxa de contágio. O Brasil registra cerca de 462 mil mortes por Covid nesta segunda. Pelas redes sociais, a Conmebol agradeceu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por receber a competição.

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— CONMEBOL ???????? (@CONMEBOLBR) May 31, 2021

A epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), disse que o anúncio é "inacreditável. “Muito triste. É muita irresponsabilidade com a vida dos brasileiros. Mais uma vez as questões financeiras se sobrepondo às questões de saúde publica", lamentou ela, em entrevista ao portal “G1”.

A pesquisadora afirmou ainda que o governo brasileiro dá um "péssimo exemplo" para o resto do mundo ao sediar o torneio. "Estamos na terceira onda, com aumento do número de casos, e não há nenhuma razão lógica para essa decisão do Brasil. Vamos colocar mais pessoas em risco. Governo brasileiro erra novamente e dá um péssimo exemplo para o resto do mundo", disse Maciel.

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Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações, reforçou a preocupação, também em entrevista ao “G1”.

“É claro que você pode minimizar com testagem, com vacinação de atletas, com várias estratégias – vacinação de atletas creio que nem dá mais tempo. Mas os testes falham, as vacinas falham. Você coloca países diferentes e troca variantes, então não é momento de se ter, a despeito dos interesses comerciais envolvidos, eventos internacionais de confraternização. Sanitariamente, não há como apoiar e como achar que seja o momento adequado", afirmou.

Repercussão política

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O vice-presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou que deve convocar o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, para que ele explique ao colegiado por que o Brasil aceitou sediar a Copa América no momento em que o País ainda enfrenta grave crise sanitária. A comissão, no entanto, ainda não marcou as próximas reuniões deliberativas, quando o requerimento poderia ser votado.

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O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) parabenizou o senador e chamou a realização do torneio em território de “criminosa”.

“Parabéns ao senador Randolfe Rodrigues por pedir a convocação do presidente da CBF na CPI da Pandemia. É criminosa a realização da Copa América no Brasil”.

Já o Governo de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), disse em nota que não fará objeção caso a CBF defina São Paulo como uma das sedes da Copa América no Brasil. "O Governo de São Paulo não fará objeção caso a CBF defina São Paulo como um dos locais de jogos da Copa América, desde que os protocolos do Plano São Paulo sejam obedecidos".

Um estádio está confirmado: o Mané Garrincha, em Brasília. A Conmebol quer a final no Maracanã, no Rio, mas vai depender da disponibilidade do estádio, que é administrado por Flamengo e Fluminense.

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