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Cotidiano

Conflito entre Israel e Hamas entra no 2º dia; ao menos 663 pessoas já morreram

Novas explosões foram registradas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de pessoas que moram próximas do território controlado pelo grupo extremista Hamas

Luana Fernandes

08/10/2023 às 10:51

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São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil na Palestina

São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil na Palestina | Reuters/Ashraf Amra

Um dia após Israel sofrer o pior ataque em 50 anos e revidar com bombardeios na Faixa de Gaza, o número de mortos nos dois lados aumentou para 663 neste domingo (8), de acordo com autoridades. Novas explosões foram registradas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, anunciou a retirada de milhares de pessoas que moram próximas do território controlado pelo grupo extremista Hamas.

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Em Gaza, ao menos 313 pessoas, incluindo 20 crianças, foram mortas nas ações israelenses. Outras 2.000 ficaram feridas, de acordo com o ministério da Saúde palestino. Em Israel, o número de mortes chegou a 350 e o de feridos, a 2.048. Mais sete pessoas morreram na Cisjordânia.

Cerca de mil combatentes do Hamas, facção que controla a Faixa de Gaza, se infiltraram por terra, mar e ar em solo vizinho no sábado (7). A ação, sem precedentes, foi acompanhada dos disparos de milhares de mísseis contra Israel. Neste domingo, após Netanyahu declarar guerra, o conflito alastrou-se: militares israelenses relataram que mais morteiros foram disparados do Líbano contra o norte do país.

O grupo armado Hizbullah assumiu a autoria dos ataques e manifestou "solidariedade" ao povo palestino. A ação teve como alvo três postos militares nas Fazendas Shebaa, uma fatia de terra ocupada por Israel desde 1967 que o Líbano reivindicou como sua.

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As forças israelenses responderam com ataques de artilharia contra o Líbano e uma ofensiva de drones a um posto do Hizbullah próximo da fronteira. Não houve relatos de vítimas. A milícia libanesa Hizbullah (partido de Deus, em árabe) surgiu em 1985 como um movimento de resistência a Israel, que àquela época ocupava o sul do Líbano.

"Nossa história, nossas armas e nossos mísseis estão com vocês. Tudo o que temos está com vocês", disse Hashem Safieddine, um alto funcionário do Hizbullah, em solidariedade aos combatentes palestinos.

Um porta-voz militar israelense disse que operações estavam acontecendo em oito áreas ao redor de Gaza neste domingo. A cidade amanheceu com fumaça preta, flashes de cor laranja e faíscas no céu devido às explosões. Drones israelenses podiam ser ouvidos pelos moradores

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Depois de uma reunião noturna com o gabinete de segurança de Israel, o governo anunciou que o objetivo da operação em Gaza era destruir as "capacidades militares e de governo do Hamas e da Jihad Islâmica de uma forma que impediria a sua capacidade e vontade de ameaçar e atacar os cidadãos de Israel durante muitos anos". A Jihad Islâmica tem como objetivo a criação de um Estado palestino islâmico e a destruição de Israel por meio de uma guerra santa.

"Estamos embarcando numa guerra longa e difícil que nos foi imposta por um ataque assassino do Hamas", afirmou Netanyahu em comunicado. Ato contínuo, o Exército de Israel anunciou que vai retirar milhares de pessoas que moram perto da Faixa de Gaza.

O papa Francisco apelou ao fim da violência neste domingo, dizendo que o terrorismo e a guerra não resolveriam quaisquer problemas, mas apenas trariam mais sofrimento e morte a pessoas inocentes. "A guerra é uma derrota, apenas uma derrota. Rezemos pela paz em Israel e na Palestina", afirmou o pontífice no seu discurso semanal aos fiéis na Praça de São Pedro.

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Ao lançar o ataque no sábado, o Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos "ataques crescentes" de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses. O comandante militar do grupo, Mohammad Deif, convocou os palestinos de todo o mundo para lutar.
Considerado terrorista pelos Estados Unidos e boa parte dos países europeus, o Hamas prega a destruição de Israel em seu estatuto. Foi criado em 1987, após o início da primeira intifada, levante palestino contra forças israelenses.

A escalada surge num contexto de violência crescente entre Israel e militantes palestinos na Cisjordânia ocupada por Israel, onde uma autoridade palestina exerce um governo limitado, à qual se opõe o Hamas.

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