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Cotidiano
Segundo a Promotoria, o empresário inflou o valor de seus ativos para obter condições mais vantajosas em negociações com bancos e seguradoras
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O ex-presidente dos EUA, Donald Trump. | Reprodução
O ex-presidente Donald Trump foi condenado nesta quarta (31) a pagar mais de US$ 350 milhões por fraude financeira em Nova York e proibido de ter cargos de alto escalão no estado, inclusive na sua própria empresa, por três anos. Segundo a Promotoria, o empresário inflou o valor de seus ativos para obter condições mais vantajosas em negociações com bancos e seguradoras.
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"Para conseguir mais emprestado e a taxas mais baixas, os réus submeteram dados financeiros descaradamente falsos para contadores, resultando em recibos financeiros fraudulentos", afirmou o juiz Arthur Engoron na sentença, que abarca também dois filhos do empresário.
Em decisão anterior, ele já havia declarado Trump culpado por fraude e cancelado as licenças de operação de diversos dos seus negócios.
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O republicano vai recorrer da decisão, na qual vê perseguição política. Ainda assim, vai precisar entregar o montante ou um título nesse valor no prazo de 30 dias, segundo o New York Times.
A acusação, encabeçada pela procuradora-geral Letitia James, do Partido Democrata, havia pedido ao juiz US$ 370 milhões (R$ 1,83 bilhão) e o banimento de Trump e seus filhos Donald Jr. e Eric de operarem negócios no estado de Nova York. No caso dos irmãos, o juiz decidiu impôs uma limitação de dois anos.
O ex-presidente nega irregularidades e afirma ser alvo de uma caça às bruxas, destacando a filiação partidária da procuradora. Sua defesa argumentou também que as práticas adotadas em seus negócios são corriqueiras no mercado, que não houve comprovação de intenção de fraudar e que cabia aos bancos e às seguradoras fazerem sua própria diligência sobre os documentos apresentados por Trump.
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O ex-presidente, favorito para concorrer pelo Partido Republicano à Presidência neste ano, tem aproveitado o julgamento para fazer campanha, distribuindo ataques a oponentes e difundindo a tese de que está sendo perseguido politicamente por Joe Biden e seus aliados.
Trump escreveu em sua rede social, Truth, no final de janeiro que seu real valor é "muito maior do que os números nos recibos financeiros mostram", que ele não incluiu seu ativo mais valioso, sua marca, e que todos os bancos foram pagos integralmente, sem calotes. "Os bancos ganharam dinheiro, foram representados pelos melhores escritórios de advocacia e ficaram muito felizes", postou.
Os mais de US$ 350 milhões desta quarta (31) se somam à indenização de US$ 83,3 milhões (R$ 412 milhões) à jornalista E. Jean Carroll por difamação, em sentença divulgada em janeiro. O empresário já afirmou que vai recorrer da decisão.
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Os pagamentos são um baque para as suas finanças, uma vez que boa parte da sua fortuna consiste em propriedades e investimentos.
Uma estimativa da Bloomberg calculou que o ex-presidente tem cerca de US$ 600 milhões (R$ 3 bilhões) em ativos líquidos, ou seja, que ele consegue acessar rapidamente. Em uma audiência no ano passado, o próprio Trump disse ter disponíveis US$ 400 milhões (R$ 2 bilhões).
Por isso, caso de fato precise pagar o total definido pela Justiça das duas ações civis, é provável que Trump precise se desfazer de parte de seu patrimônio. A essas despesas se somam ainda os gastos legais com a sua defesa e de corréus nos quatro processos criminais que correm contra ele.
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