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Cotidiano
O turismo está entre as principais atividades econômicas da cidade que, desde a tragédia, está com suas praias, pousadas e restaurantes esvaziados
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Praia de Maresias em São Sebastião é ponto turístico no litoral norte paulista | Luciano Vieira/ PMSS
Um mês após a tempestade que resultou em mais de 60 mortes em São Sebastião, no litoral norte paulista, o prefeito Felipe Augusto (PSDB) utilizou uma rede social na internet para pedir a volta dos turistas para o município. O turismo está entre as principais atividades econômicas da cidade que, desde a tragédia, está com suas praias, pousadas e restaurantes esvaziados.
"Convido a todos os turistas a visitarem São Sebastião novamente, a cidade está de braços abertos para recebê-los", escreveu, em sua conta no Twitter, onde também publicou um vídeo em que apela ao retorno dos visitantes nos próximos feriados.
"Convido para que já nos próximos feriados retornem para cá porque nossa matriz econômica, que é o turismo, é extremamente importante", disse Augusto.
Ele também pediu aos turistas que reflitam e tomem atitudes que colaborem com a recuperação da cidade. "Cuide do seu lixo, preserve a nossa cidade, veja toda catástrofe e a tragédia que assolou o município e quantas pessoas hoje estão passando dificuldades."
No último dia 11, a reportagem percorreu estabelecimentos e praias de São Sebastião, onde pouquíssimos turistas aproveitavam as belezas e a infraestrutura hoteleira e gastronômica da cidade litorânea.
Cicatrizes deixadas na paisagem e dificuldades como falhas no abastecimento de energia da cidade reforçavam a sensação de destruição e de luto, segundo visitantes que conversaram com a reportagem.
A tragédia também acirrou disputas políticas no município, desencadeando uma série de crises para a gestão do prefeito Felipe Augusto.
Na noite da última terça-feira (14), a Câmara Municipal aprovou a abertura do processo de cassação contra Augusto por supostas irregularidades nos gastos públicos durante a pandemia de Covid-19.
A prefeitura, por sua vez, afirma que pedidos de liberações de recursos e contratação de financiamentos para amenizar os efeitos das chuvas no município estão travados na Câmara.
Há, segundo a prefeitura, três projetos importantes para a realização de obras emergenciais cujas propostas para custeio estão nas mãos do Legislativo local desde o final de fevereiro. O mais importante deles pede autorização para que o município obtenha crédito de R$ 100 milhões da Caixa Econômica Federal.
Sobre o pedido de volta dos turistas, a gestão de Felipe Augusto enviou uma nota na noite desta segunda para explicar que o prefeito pediu para que os turistas repensem a volta a São Sebastião "com responsabilidade e planejamento, a médio prazo".
"O pedido do chefe do Executivo vai ao encontro da vocação do município, que é indiscutivelmente turística. Não podemos nos esquecer que São Sebastião tem o turismo como sua mola propulsora. São os turistas e os veranistas, afinal, que fazem com que a economia municipal siga aquecida. Não menos importante: o setor gera e mantém os empregos da população local, além de fomentar o consumo", diz a nota da prefeitura.
COBRANÇA DE MORADORES E INVESTIGAÇÃO DE ONGS
Moradores de bairros atingidos por enchentes e deslizamentos organizam protestos para cobrar respostas do poder público quanto à construção de novas moradias para a população que vive em áreas de risco no município.
Há entre os moradores insatisfação generalizada com a falta de clareza quanto ao emprego de recursos anunciados por município, estado e União durante a crise, segundo lideranças comunitárias locais.
Há também cobranças para que valores arrecadados por ONGs sejam auditados e destinados a um plano de amparo aos desalojados. A própria prefeitura vem notificando as organizações para que elas prestem contas sobre os valores arrecadados.
A Polícia Civil, porém, disse por meio da Secretaria da Segurança Pública, gerida pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que não há investigação em curso. Questionado pela reportagem, o Ministério Público de São Paulo não informou se vai investigar as doações.
Duas das organizações com grande projeção durante a tragédia de São Sebastião, a Gerando Falcões e o Instituto Verdescola, apresentaram prestação de contas na qual declararam uma arrecadação que, somada, passa de R$ 28 milhões.
A Procuradoria Municipal de São Sebastião, no entanto, está averiguando diversas outras instituições que coletaram donativos.
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