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Cotidiano

Com a guerra na Ucrânia, Bahia tem aumento no preço da gasolina

Estado é o primeiro no país a sentir no bolso os impactos desse conflito sobre os combustíveis

Maria Eduarda Guimarães

07/03/2022 às 14:49  atualizado em 07/03/2022 às 15:03

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Aumento preço da gasolina

Aumento preço da gasolina | Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo

Enquanto a Petrobras segura os preços da gasolina e do diesel em meio à disparada da cotação internacional do petróleo, o consumidor da Bahia é o primeiro no país a sentir no bolso os impactos da guerra da Ucrânia sobre os combustíveis.

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O estado é abastecido pela primeira grande refinaria privatizada do país, a Refinaria de Mataripe, que neste sábado (5) reajustou seus preços para acompanhar a alta do petróleo, que é negociado nesta segunda (7) em valores próximos ao recorde estabelecido em 2008.

O preço do óleo diesel vendido pela refinaria subiu até 25%, dependendo do local de entrega. Já o preço da gasolina teve alta de até 19%, também variando de acordo com o local de entrega. Os aumentos geraram uma série de queixas de consumidores em redes sociais.

A operação da refinaria, que é a segunda maior do país, foi transferida em dezembro à Acelen, empresa do fundo árabe Mubadala que comprou o ativo da Petrobras por US$ 1,65 bilhão (R$ 8,3 bilhões pela cotação atual).

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Em comunicado publicado em seu site, a empresa diz que "os preços dos produtos produzidos pela Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete".

"Nos últimos dez dias, com o agravamento da crise gerada pelo conflito entre Russia e Ucrânia, o preço internacional do barril de petróleo disparou, superando os US$ 115 por barril, o que gerou impacto direto nos custos de produção", continua.

Após os reajustes, os preços da gasolina e do diesel vendidos no ponto de entrega mais próximo da Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde (BA) está 23% acima do valor mais caro cobrado pela Petrobras para entrega em uma de suas refinarias, em Betim (MG).

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No ano, a Acelen já promoveu quatro reajustes nos preços da gasolina e do diesel, contra apenas um da Petrobras. O cenário vem sendo usado por sindicatos e oposição como argumento contra a venda de refinarias da estatal.

Os preços dos combustíveis são livres no país desde 2002 e a implantação de uma política de acompanhamento do mercado internacional pela Petrobras foi fundamental para atrair interessados em suas refinarias.

Com a escalada dos preços dos combustíveis desde 2021, porém, a política de paridade de importação vem ganhando críticos, entre eles o presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendeu nesta segunda uma revisão do modelo atual, implantado no governo Michel Temer.

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"Tem uma legislação errada feita lá atrás que você tem uma paridade com o preço internacional [dos combustíveis]. Ou seja, o petróleo – o que é tirado do petróleo – leva-se em conta o preço fora do Brasil. Isso não pode continuar acontecendo", disse o presidente, durante entrevista a uma rádio de Roraima.

Ele disse ainda que, caso o avanço do preço internacional dos combustíveis fosse integralmente repassado aos postos, haveria um reajuste de cerca de 50% para os consumidores. "Não é admissível", afirmou. "A população não aguenta uma alta com esse percentual aqui no Brasil".

A Petrobras tem repetido que vai observar o cenário antes de decidir pelo repasse da alta das cotações internacionais, mas a defasagem em seus preços já havia atingido na semana passada os maiores patamares em uma década.

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Antes da abertura do mercado esta segunda, a defasagem nos preços da gasolina e do diesel estavam em 26% e 30%, respectivamente, segundo estimativa da Abicom (Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis).

Segundo a agência Reuters, há hoje uma pressão da empresa sobre o governo para autorizar algum reajuste nos preços, enquanto Brasília debate medidas de atenuar os feitos dos aumentos ao consumidor.

Na tarde desta segunda, por exemplo, técnicos dos ministérios de Minas e Energia e da Economia se reúnem para discutir alternativas. Uma das propostas na mesa seria a implantação de um programa de subsídios semelhante ao adotado pelo governo Temer durante a greve dos caminhoneiros de 2018.

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A ideia foi bem recebida tanto pelas importadoras quanto por analistas do mercado financeiro que acompanham a Petrobras.

"Um programa de subsídios aos combustíveis (se aprovado) removeria, ao menos no curto prazo, o risco de disrupção da lucratividade da companhia", escreveram os analistas Bruno Amorim e João Frizo, do Goldman Sachs.

Na nota publicada em seu site, a empresa diz ainda que "reafirma sua aposta em uma política transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado".

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