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Cotidiano
Deserto foi palco de série de chuvas que transformaram as dunas secas em cenário inimaginável de lagos gigantes e vegetação esverdeada
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Chuva histórica atingiu o deserto do Saara recentemente | Reprodução
Maior deserto do planeta, o Saara foi palco de uma série de chuvas torrenciais em setembro do ano passado, que transformaram as dunas secas em um cenário inimaginável de lagos gigantes e vegetação esverdeada. Mas como isso aconteceu?
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Segundo o biólogo e influenciador Paulo Jubilut, o fenômeno climático extremo que afetou o Saara foi causado pelo aquecimento das águas do Atlântico e pela mudança da Zona de Convergência Intertropical.
“É impressionante porque o Saara é o maior deserto quente do mundo, com quase o tamanho da Europa inteira, e tem algumas regiões com menos de 10 milímetros de chuva por ano”, explicou o especialista em um vídeo publicado em seu canal no YouTube.
De acordo com Jubilut, um sistema de baixa pressão passou pelo noroeste da África, no sudeste do Marrocos, e em dois dias choveu o equivalente a um ano inteiro.
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“É o mesmo que uma chuvarada de 250 milímetros em 48 horas”, continuou o educador, que comparou às chuvas históricas que atingiram o Rio Grande do Sul no ano passado.
Como resultado, o lago Iriqui, entre as cidades de Zagora e Tata, em Marrocos, que estava seco há mais de 50 anos, se encheu novamente. Também surgiram uma série de lagoas novas entre as dunas.
Já em Tagounite, cidade a 450 quilômetros ao sul da capital, Rabat, foram registrados mais de 100 milímetros de chuva em 24 horas.
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O fenômeno impressionou cientistas do mundo todo, e não foi positivo para as populações locais, acostumadas às secas. As chuvas causaram enchentes devastadoras, deixando mortos e destruindo colheitas em Marrocos, Argélia e outros países da região.
Segundo a representante da Diretoria Geral de Meteorologia do Marrocos, Houssine Youabeb, este tipo de precipitação não era vista há décadas na região. O fenômeno é agravado pelo aquecimento global.
Essas chuvas, classificada por meteorologistas como uma tempestade extratropical, podem mudar o curso do clima da região nos próximos meses, o que assusta cientistas.
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Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), os ciclos da água em todo o mundo estão mudando com mais frequência.
E, mais impressionante: um estudo publicado pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites, da Universidade Federal de Alagoas, em agosto de 2024, mostra que ventos fortes e constantes vindos do sudeste do planeta, somado a uma anomalia na temperatura dos oceanos, contribuem para a chuva no Saara e conectam o deserto à seca na Amazônia.
O Saara é o maior deserto não polar do mundo, estendendo-se por 9,3 milhões de quilômetros quadrados.
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