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Cotidiano

Chuvas de São Paulo estão contaminadas com agrotóxicos, diz pesquisa

Exposição crônica a baixas doses pode causar danos à saúde humana e à vida aquática.

Monise Souza

22/04/2025 às 13:00

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Estudo analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada durante 36 meses - entre 2019 e 2021

Estudo analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada durante 36 meses - entre 2019 e 2021 | Alvin Leopold/Unsplash

Uma pesquisa revelou que a água da chuva no estado de São Paulo está contaminada com agrotóxicos. 

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O estudo, publicado na revista científica Chemosphere em janeiro deste ano, alerta para os riscos ambientais e à saúde humana.

As cidades de Brotas e Campinas, no interior do Estado, e a capital paulista são as mais afetadas.

Nas amostras coletadas foram detectados 14 agrotóxicos e cinco compostos derivados, com destaque para o herbicida atrazina, presente em 100% das amostras, e o fungicida carbendazin, proibido no Brasil, mas ainda encontrado em 88% das amostras.

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Outros produtos também apareceram em concentrações alarmantes e o herbicida tebuthiuron foi detectado pela primeira vez em água de chuva, em 75% das amostras.

Os efeitos dos agrotóxicos são estudados pelo grupo há 10 anos, mas essa pesquisa focada na chuva é a primeira do tipo no País. 

Agrotóxicos na chuva

A pesquisa foi coordenada por Cassiana Montagner, professora e pesquisadora no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação de Mariana Dias, Vinicius Santos, Beatriz Vizioli e Beatriz Ferreira, integrantes do Laboratório de Química Ambiental (LQA) da Unicamp, liderado pela pesquisadora.

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O estudo analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada durante 36 meses - entre 2019 e 2021.

Quantidade por cidade

Campinas, onde metade do território é agrícola, teve a maior concentração: 701 microgramas por metro quadrado. Em Brotas, com 30% da área usada para agricultura, a média foi de 680. Já São Paulo, com menos área rural, registrou 223. 

Apesar das concentrações não ultrapassarem os limites permitidos para a água potável no Brasil, parte das substâncias detectadas não têm padrões de segurança estabelecidos, ou seja, não há indicadores de concentração segura.

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Além disso, a exposição crônica a baixas doses pode causar danos à saúde humana e à vida aquática.

Apesar das concentrações não ultrapassarem os limites permitidos para a água potável no Brasil, parte das substâncias detectadas não têm padrões de segurança estabelecidos, ou seja, não há indicadores de concentração segura.

Além disso, a exposição crônica a baixas doses pode causar danos à saúde humana e à vida aquática, segundo os pesquisadores.

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Descoberta

O estudo sobre toxicidade e risco ambiental usou a metodologia dos chamados "mesocosmos", que "imitam" ambientes naturais como lagos e pequenas lagoas.

Eles são compostos por estruturas fechadas (como caixas d´água, por exemplo), que são enterradas no solo e preenchidas com água e sedimento.

Essas estruturas são deixadas por vários meses em ambientes semiabertos para serem colonizadas por flora e fauna locais.

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Após um ecossistema simples ter se formado, os pesquisadores habitam as estruturas com animais e plantas cuja resistência aos agrotóxicos querem testar, e as contaminam com as substâncias a serem analisadas.

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