Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Estudo analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada durante 36 meses - entre 2019 e 2021 | Alvin Leopold/Unsplash
Uma pesquisa revelou que a água da chuva no estado de São Paulo está contaminada com agrotóxicos.
Continua depois da publicidade
O estudo, publicado na revista científica Chemosphere em janeiro deste ano, alerta para os riscos ambientais e à saúde humana.
As cidades de Brotas e Campinas, no interior do Estado, e a capital paulista são as mais afetadas.
Nas amostras coletadas foram detectados 14 agrotóxicos e cinco compostos derivados, com destaque para o herbicida atrazina, presente em 100% das amostras, e o fungicida carbendazin, proibido no Brasil, mas ainda encontrado em 88% das amostras.
Continua depois da publicidade
Outros produtos também apareceram em concentrações alarmantes e o herbicida tebuthiuron foi detectado pela primeira vez em água de chuva, em 75% das amostras.
Os efeitos dos agrotóxicos são estudados pelo grupo há 10 anos, mas essa pesquisa focada na chuva é a primeira do tipo no País.
A pesquisa foi coordenada por Cassiana Montagner, professora e pesquisadora no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação de Mariana Dias, Vinicius Santos, Beatriz Vizioli e Beatriz Ferreira, integrantes do Laboratório de Química Ambiental (LQA) da Unicamp, liderado pela pesquisadora.
Continua depois da publicidade
O estudo analisou a fração de agrotóxicos dissolvidos na água da chuva coletada durante 36 meses - entre 2019 e 2021.
Campinas, onde metade do território é agrícola, teve a maior concentração: 701 microgramas por metro quadrado. Em Brotas, com 30% da área usada para agricultura, a média foi de 680. Já São Paulo, com menos área rural, registrou 223.
Apesar das concentrações não ultrapassarem os limites permitidos para a água potável no Brasil, parte das substâncias detectadas não têm padrões de segurança estabelecidos, ou seja, não há indicadores de concentração segura.
Continua depois da publicidade
Além disso, a exposição crônica a baixas doses pode causar danos à saúde humana e à vida aquática.
Apesar das concentrações não ultrapassarem os limites permitidos para a água potável no Brasil, parte das substâncias detectadas não têm padrões de segurança estabelecidos, ou seja, não há indicadores de concentração segura.
Além disso, a exposição crônica a baixas doses pode causar danos à saúde humana e à vida aquática, segundo os pesquisadores.
Continua depois da publicidade
O estudo sobre toxicidade e risco ambiental usou a metodologia dos chamados "mesocosmos", que "imitam" ambientes naturais como lagos e pequenas lagoas.
Eles são compostos por estruturas fechadas (como caixas d´água, por exemplo), que são enterradas no solo e preenchidas com água e sedimento.
Essas estruturas são deixadas por vários meses em ambientes semiabertos para serem colonizadas por flora e fauna locais.
Continua depois da publicidade
Após um ecossistema simples ter se formado, os pesquisadores habitam as estruturas com animais e plantas cuja resistência aos agrotóxicos querem testar, e as contaminam com as substâncias a serem analisadas.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade