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Cotidiano
A região disputada possui cerca de 5.500 km² de água, ao sul do continente; países divergem sobre propriedade da área
14/09/2021 às 17:30 atualizado em 30/09/2021 às 19:25
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O presidente da Argentina, Alberto Fernández | Esteban Collazo/Governo da Argentina
Desde o final de agosto uma disputa territorial tem provocado um embate diplomático entre Chile e Argentina. Os dois países entraram em desacordo quando o presidente Sebastián Piñera publicou uma atualização da carta náutica do país.
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No novo mapa, a área referente ao Chile inclui uma zona de 5.500 km² de água, ao sul do continente, que antes constava como pertencente à Argentina. A medida afeta o trânsito internacional de barcos e a concessão de licenças para barcos pesqueiros que atuam na região.
A Argentina, por sua vez, alega que a divisão é regulada por dois acordos, a Convenção da ONU sobre o Direito Ao Mar, de 1982, e o Tratado de Paz e Amizade Argentino-Chilena, de 1984. Também afirmou estar surpresa com o momento da contestação, que, para o chanceler do país, Felipe Solá, estaria relacionada a uma "vontade de se expandir, de modo intempestivo, uma vez que o território físico chileno é limitado".
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Piñera, para quem a publicação das novas cartas é fruto da necessidade de "demonstrar a existência da plataforma continental do país no mar Austral", disse que, em novembro, levará o pedido de reconhecimento do mapa à Organização das Nações Unidas.
De 1978 a 1984, Chile e Argentina travaram uma disputa feroz por três ilhas localizadas no Canal de Beagle que quase terminou em guerra. Depois que todas as vias diplomáticas se esgotaram, apelou-se para uma mediação do papa João Paulo 2º. Por fim, chegou-se a um acordo sobre os limites das fronteiras marítimas, agora novamente contestado pelos chilenos.
Ainda que os argentinos tenham expressado surpresa com a reclamação, o Chile afirmou não ter atuado de forma súbita e que desde 2009 alertava o país vizinho da intenção de reclamar a região.
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O chanceler chileno, Andrés Allamand, divulgou um vídeo recentemente em que insta os dois países a um diálogo para negociar as posições.
A chancelaria argentina, porém, afirma que este "não é um momento de diálogo, mas de informar, explicar, qual é a nossa posição".
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