A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 20 Setembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Chanceler da Rússia contraria regra de Putin e chama guerra de guerra

Em entrevista, o político disse que o conflito foi o mais trágico

18/01/2023 às 09:45  atualizado em 18/01/2023 às 09:49

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
O governo russo determinou à mídia do país que o uso dos termos guerra ou invasão estava vetado

O governo russo determinou à mídia do país que o uso dos termos guerra ou invasão estava vetado | Valter Campanato/Agência Brasil

Em uma longa entrevista coletiva em que repetiu a narrativa geral do Kremlin acerca da Guerra da Ucrânia e do conflito com o Ocidente liderado pelos Estados Unidos, o chanceler russo, Serguei Lavrov, chamou atenção por um detalhe semântico de sua fala nesta quarta (18). 

Continua depois da publicidade

Questionado por jornalistas no tradicional evento em Moscou em que faz um balanço do ano anterior sobre qual seriam as palavras que definiram 2022 para ele, o decano da diplomacia mundial disse que guerra foi a mais trágica e vitória, a mais encorajadora. 

Em 26 de fevereiro do ano passado, dois dias depois do início das hostilidades, o governo russo determinou à mídia do país que o uso dos termos guerra ou invasão estava vetado, em favor do anódino operação militar especial. 

Em 4 de março, duas leis criminalizaram críticas à ação de Vladimir Putin ou às Forças Armadas, podendo levar a 15 anos de cadeia e levando ao fechamento de dezenas de veículos independentes remanescentes no país. 

Continua depois da publicidade

A leitura do diploma legal é discricionária. Aliados do governo já usaram o termo em noticiário de TV e não foram punidos. Apesar de o Kremlin só usar o termo oficial, o próprio Putin escorregou em um discurso no fim de 2022 e usou a palavra guerra, mas a fala pensada de Lavrov mostra os limites da estratégia. 

No mais, o discurso do chanceler repisou temas tocados por ele semanalmente. Lavrov culpou os EUA por levar o Ocidente a forçar o conflito com os ucranianos, disse que a relação entre Moscou e Washington "não será como antes", rejeitou um plano de paz sem a participação ocidental como "sem sentido". 

De forma que atrairá polêmica, voltou a usar paralelos da situação atual com a luta contra o nazismo. Lavrov afirmou que o Ocidente se comporta como "Napoleão e Hitler", em referência ao imperador francês e ao ditador alemão que invadiram a Rússia, e que via solucionar a "questão russa" com a guerra. 

Continua depois da publicidade

"Questão judaica" era o eufemismo dos altos escalões nazistas para lidar com o extermínio da população judia da Europa na Segunda Guerra Mundial (1939-45). No ano passado, Lavrov irritou o governo de Israel, o Estado judeu viabilizado pela tragédia do Holocausto, por ter dito que "Hitler tinha sangue judeu". Tel Aviv, que tem boas relações com Moscou, apoia Kiev.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados