Célio Egidio: 'Como uma onda no mar', a Covid retorna

O músico e intérprete Lulu Santos ficou famoso, nos anos 1980, com uma música que em determinado verso citava que “a vida vem em ondas, como o mar”. A pandemia do novo coronavírus acompanhou o poeta e retornou como uma grande onda nos últimos dias.

No fim de 2021 os relatórios, tanto dos órgãos de imprensa como os do governo federal, já indicavam uma queda satisfatória no número de mortes e de contágios em todo o País.

A população, animada com a vacinação, resolveu viajar e fruir as férias e os recessos típicos de fim de ano. As proibições e suspensões de festas públicas não foram impeditivas para alta aglomeração em vários pontos turísticos pelo país. As festas privadas recrudesceram na medida em que todos estavam cansados de tanto meses de meia clausura.

Em enredo diverso, do outro lado do oceano, a Europa e Reino Unido passavam pelo teste da nova variante ômicron e alertavam o mundo sobre sua alta capacidade de transmissão, mas como sempre o Brasil e o brasileirinho não fizeram a sua lição de casa, mesma com a “cola” entregue pelos irmãos europeus.

O resultado já era esperado: alta do número de mortes, somado aos leitos de UTI em situação caótica.

Essa nova onda de contaminação, embora problemática, nos traz certo alívio com relação a eficácia das vacinas, pois os efeitos da Covid-19, nos pacientes, está inferior aos quadros do ano de 2020 e meados de 2021, visto que boa parte dos infectados está em tratamento residencial.

Em desacerto, parcela do governo federal e da sociedade ainda entendem que as vacinas não são a melhor solução, entre outros despautérios, negacionistas, disparados diariamente. Na verdade, a maioria da população sonha com o fim da pandemia, almejando que outro verso da música do grande Lulu se realize: "Há tanta vida lá fora”.

*Célio Egidio é jornalista, advogado, Doutor em Direito pela PUC-SP e assessor parlamentar