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Cotidiano
Blocos que costumam arrastar multidões cancelaram os desfiles fora de época por falta de patrocínio
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Bloco de Carnaval em São Paulo | Gildson Di Souza/Secom
Na véspera da data limite para confirmar a participação no Carnaval fora de época em São Paulo, Fernando Magrin, organizador do bloco Minhoqueens, ainda esperava uma solução. "Não conseguimos nenhum parceiro para viabilizar o desfile. Estamos a espera de um milagre para que hoje apareça uma empresa parceira", disse.
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O milagre não veio e o organizador formalizou o cancelamento. A situação, segundo ele, é consequência da indefinição da prefeitura. "A situação complica ainda mais ainda na incerteza de que a própria terá ou não o patrocínio", diz.
Assim como o Minhoqueens, outros blocos que costumam arrastar multidões cancelaram os desfiles fora de época pelo mesmo motivo. Entre eles, estão o Galo da Madrugada, o Meu Santo é Pop e o Bloco da Mama.
Segundo a secretaria de Cultura, 216 blocos manifestaram interesse em sair às ruas nos dias 16 e 17 de julho, mas não há informação de quantos destes já desistiram.
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A Secretaria de Cultura informou em nota que a lista final dos blocos interessados e a definição dos trajetos será divulgada em breve. "Os blocos possuem até a meia-noite de hoje para comunicar a desistência em participar do evento", informou.
Para Marco Ribeiro, do bloco do Fuá, a declaração recente do prefeito Ricardo Nunes (MDB) de que talvez a gestão não tivesse patrocínio para o carnaval de julho foi mais um desestímulo.
Diante do impasse, os integrantes do Fuá, que desfila nas ruas da Bela Vista, fizeram uma votação online e a maioria optou por confirmar o desfile. "Agora só não sairemos se o prefeito cancelar o Carnaval", diz o organizador.
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O resultado do edital que convocou empresas interessadas em patrocinar o Carnaval de rua fora de época será divulgado nesta quinta-feira (7). A primeira convocação com lances a partir de R$ 6 milhões não teve interessados.
O organizador do Minhoqueens explica que a captação de recursos é mais difícil porque as empresas não dispõem de verba no meio do ano. Geralmente, os orçamentos são definidos no final de cada ano.
A solução para isso no bloco do Fuá foi a organização de uma festa no último sábado para arrecadar os valores necessários para bancar o desfile gratuito.
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O carnaval em julho foi anunciado pela secretária de Cultura, Aline Torres, em reunião com representantes de 11 blocos em abril, quando a pasta tentava convencer os grupos a não irem às ruas naquele mês, quando foram realizados os desfiles das escolas de samba no Sambódromo.
Em fevereiro, o Carnaval foi vetado pela Coordenadoria de Vigilância Sanitária por causa da alta de casos provocadas pela variante Ômicron do novo coronavírus, que lotava as unidades de saúde.
Em abril, a situação epidemiológica na cidade permitiu a organização do Carnaval de rua, mas a administração municipal alegou falta de tempo hábil para angariar patrocínio e viabilizar a estrutura necessária para os blocos de rua desfilarem.
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Mesmo sem a programação oficial, teve folia em alguns pontos da cidade, principalmente, na região central onde integrantes de blocos diferentes se reuniram de forma espontânea.
Agora em julho, organizadores de blocos relatam maior receio em sair às ruas de forma independente. De acordo com o guia de regras da prefeitura, os blocos não inscritos que ocuparem as ruas serão multados como eventos sem alvará.
Há punições previstas no caso de blocos que desrespeitarem o trajeto e os horários definidos, assim como os que confirmarem presença e não realizarem o desfile.
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Outras regras incluem proibição de trios elétricos ou uso de sons amplificados em zonas estritamente residenciais. Os equipamentos de som devem ser desligados até as 18h e a dispersão total do público até as 19h.
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