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Cotidiano
O chamado 'Gabinete do ódio', liderado pelo vereador do Republicanos, estaria interessado em usar o sistema para invadir celulares de adversários de Bolsonaro
17/01/2022 às 19:56 atualizado em 17/01/2022 às 20:04
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Carlos Bolsonaro | Caio Cesar/Câmara do Rio de Janeiro
Em novembro de 2021, Carlos Bolsonaro e outros integrantes do chamado "Gabinete do ódio" estiveram presentes na Dubai AirShow para, entre outras agendas, negociar a compra do software DarkMatter, um programa espião que permite ter acesso a dados de celulares de qualquer pessoa. Segundo revelou o site Uol, a intenção do grupo era utilizar o aplicativo para monitorar adversários de Bolsonaro nas eleições de 2022.
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A comitiva em questão era formada basicamente por integrantes do grupo dedicado a controlar as redes sociais da família Bolsonaro e fazer campanha contra opositores do presidente, o que ficou popularmente conhecido como o Gabinete do ódio.
Naquele evento, segundo o Portal, um integrante da comitiva presidencial, que é perito em inteligência e contrainteligência, conversou com um representante da empresa DarkMatter (materia escura, em Português). Este integrante responde extraoficialmente ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), e estaria de olho na nova tecnologia de espionagem.
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Além disso, fontes ligadas ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) afirmam que o Gabinete do ódio também tem mantido conversas com a empresa Polus Tech, criadora do poderoso programa espião Pegasus, diz o site.
A compra dos programas, o que permitiria investigar e ter acesso a celulares, ainda que desligados, de jornalistas, assessores e políticos, ainda não foi finalizada. A reportagem do Uol procurou Carlos Bolsonaro, o GSI e o Palácio do Planalto para comentarem o assunto, mas até a publicação desta reportagem as partes não haviam retornado.
O programa Pegasus
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Especialistas descrevem o software como uma ferramenta de "infeção tática". Ele é capaz de invadir um smartphone sem o dono saber e proporcionar acesso a todo o seu conteúdo, assim que o aparelho se conecta a uma rede.
O programa esteve envolvido em uma polêmica em maio de 2021, quando o Uol revelou que o vereador Carlos Bolsonaro interferiu em uma licitação (a de nº 03/21), promovida pelo Ministério da Justiça, para que fosse contratado o avançado aplicativo de espionagem.
Quando o escândalo veio à tona, a licitação foi suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União), como forma de impedir que o Gabinete do ódio tivesse acesso à ferramenta.
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Em julho do mesmo ano, um novo escândalo: o Pegasus entrou para a lista proibida dos norte-americanos depois que nove funcionários do Departamento de Estado dos EUA tiveram seus celulares invadidos.
E esta não foi a última vez que o sistema ameaçou servidores federais pelo mundo. Em junho, o ex-primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reduziu de 102 para 37 o número de países com permissão para negociar este tipo de software com o País.
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