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Cotidiano
Pessoas que convivem com a paciente estão sendo monitorados
08/06/2022 às 11:01 atualizado em 08/06/2022 às 11:12
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Movimentação em hospital | Felipe Barros/Ex Libris/PMI
Uma mulher de 26 anos está sendo monitorada por ser o primeiro caso suspeito de varíola dos macacados na cidade de São Paulo.
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De acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a paciente passa bem. A fim de identificar possíveis outras contaminações, a Prefeitura acompanha também familiares e pessoas que residem próximo à mulher. A ideia é ter um rápido mapeamento da contaminação caso ocorra.
O governo do Estado já havia confirmado nesta segunda-feira (6) que um caso era investigado no território paulista. O texto conta com informações do "g1".
Por meio de nota, o governo de São Paulo afirmou que "no momento, o Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) estadual e a prefeitura de São Paulo investigam um paciente para descartar qualquer hipótese da doença".
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Até o momento não existe no Brasil nenhum caso confirmado da doença. Em nota divulgada nesta segunda (6), o Ministério da Saúde informou que sete casos estão em investigação.
Há dois casos em monitoramento em Rondônia. Os estados de Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo têm um caso suspeito cada um.
De acordo com o Ministério, os pacientes "seguem isolados e em recuperação, sendo monitorados pelas equipes de vigilância em saúde. A investigação dos casos está em andamento e será feita coleta para análise laboratorial".
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Quão mortal é a varíola dos macacos?
"Felizmente, a varíola dos macacos é muito mais branda do que a versão humana da varíola", explica Raúl Rivas González, professor de microbiologia da Universidade de Salamanca, na Espanha, à BBC News Mundo.
A varíola humana tinha duas versões: varíola maior e varíola menor. A maior era a mais mortífera — com mortalidade em 30% dos casos de infecção. A menor causava doenças mais leves e raramente levava à morte.
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Algo parecido acontece com a varíola dos macacos, embora com taxas de mortalidade mais baixas. Existem duas versões: da África Ocidental e da África Central.
"A da África Ocidental é a mais branda, com mortalidade entre 1% e 10%, e parece ser a que está causando o surto na Europa", diz Rivas. "A da África Central, por outro lado, é mais virulenta e perigosa e pode matar cerca de 20% dos infectados", acrescentou.
TRANSMISSÃO
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Ao contrário do coronavírus ou até mesmo da varíola humana, em que o patógeno é altamente transmissível, a varíola dos macacos é menos contagiosa.
"É um vírus que transmite muito bem entre animais, mas quando ele passa de animal para humano, ele não tem alta capacidade de transmissão", disse o especialista Lorenzo Morales.
Até onde se sabe agora, o vírus é transmitido principalmente por meio de contatos próximos e trocas de fluidos corporais. Muitos dos casos na Europa parecem estar ligados à transmissão sexual. Mas todas as vias possíveis estão sendo estudadas, como a transmissão indireta por meio de objetos contaminados e até aerossóis.
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"A varíola erradicada era transmitida de forma semelhante, mas o contágio entre humanos era muito mais fácil", lembrou Lorenzo.
SINTOMAS
Em ambas as doenças, o quadro clínico começa de forma semelhante, embora seja um pouco mais suave na varíola dos macacos.
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"Como na maioria das infecções, elas começam com febre e também é comum ter desconforto corporal, fadiga, dores musculares e dor de garganta", descreveu Rivas, outro especialista.
Além disso, em ambas as doenças também se desenvolvem as inconfundíveis pústulas cutâneas (bolinhas na pele), que podem deixar cicatrizes visíveis na pele dos pacientes.
"Com o passar dos dias, a varíola do macaco costuma inchar os gânglios linfáticos, tanto cervicais, maxilares, axilares e na virilha. Isso não aconteceu com a varíola humana", disse Rivas.
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O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 7 a 14 dias, mas pode variar entre 5 e 21 dias.
No caso da varíola, a incubação pode durar entre 7 e 19 dias, embora a duração média tenha sido entre 10 e 14 dias.
TRATAMENTO
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A varíola foi erradicada graças a uma campanha histórica de vacinação que pôs fim a milhares de anos de mortes causadas pelo patógeno.
Como o vírus da varíola do macaco tem relação com a varíola humana, a vacina contra a varíola também se mostrou eficaz para ambas as doenças.
Nesse caso, as pessoas com mais de 55 anos que foram vacinadas contra a varíola humana antes de sua erradicação podem ter uma imunidade considerável contra a varíola dos macacos.
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Os tratamentos disponíveis são principalmente paliativos para os sintomas. Lorenzo Morales diz não haver tratamento específico para a doença.
"Por se tratar de um patógeno que tem afetado principalmente a África e não os países desenvolvidos, não se investe o suficiente na busca de tratamentos", diz ele.
No entanto, há uma diferença muito grande entre a varíola dos macacos e a que foi erradicada: o avanço da ciência e do conhecimento nos últimos anos.
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