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Cotidiano

Cão morre e vários desaparecem após queima de fogos no litoral de São Paulo

Cadela de 10 anos morreu no centro de Ubatuba após queima de fogos; advogada pretende coletar denúncias para mover ação contra a prefeitura

Bruno Hoffmann

02/01/2025 às 09:00  atualizado em 02/01/2025 às 09:35

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Cadela Mel, de 10 anos, morreu após queima de fogos em Ubatuba

Cadela Mel, de 10 anos, morreu após queima de fogos em Ubatuba | Arquivo pessoal

Pelo menos um cão morreu e uma série fugiu de seus lares após a queima de fogos durante o Ano-Novo em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo.

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A gestão da prefeita reeleita Flávia Pascoal (PL) autorizou os shows pirotécnicos de baixo ruído, apesar de haver uma lei estadual que vete a ação.

Um homem lamentou a morte de uma cadela de 10 anos em um fórum online de discussão da cidade.

“Nossa Mel virou estrelinha. Obrigado Prefeitura de Ubatuba pelos fogos que matou minha cachorrinha”, ironizou o publicitário Alexandre de Assis Figueiredo, morador do centro de Ubatuba.

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O que aconteceu

Nesta quarta (1º/1), Alexandre disse à reportagem da Gazeta que havia saído para trabalhar em um evento de Ano-Novo na Praia Grande – uma das que atrai mais turistas da cidade – e deixou Mel e seus outros três cachorros em casa.

Ao retornar, viu que os outros três cachorros estavam na frente da casa, e Mel estava no corredor, com aparência desfalecida.

“Ela amanheceu praticamente com parada cardíaca e respiratória”, disse. Ela já tinha problemas de saúde e precisava de cuidados contínuos.

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O animal foi levado a um veterinário, mas morreu no local.

O publicitário disse que pretende processar a gestão municipal pela morte do animal. Um dos pontos oficiais de queima de fogos da cidade fica a um quilômetro e meio da casa dele.

Cães desaparecidos

Há uma série de mensagens de tutores desesperados nas redes sociais sobre cães que fugiram e outras de pessoas que encontraram animais com aparência bem cuidada em bairros como Ipiranguinha, Itaguá, Praia Vermelha do Norte, Perequê-Açu, Estufa 1 e Pedreira.

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Houve ainda quem alertasse que os shows pirotécnicos eram perigosos também para animais selvagens, como pássaros, saruês e capivaras.

Advogada coleta denúncias

A advogada ambientalista Jaqueline Tupinambá Frigi pediu aos moradores para filmarem cenas de crise em crianças, idosos e animais devido aos fogos no Ano-Novo.

À Gazeta, a advogada disse não ter dúvidas que a prefeitura desrespeitou deliberadamente a lei estadual que proíbe fogos com estampido.

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"Acrescento ainda a falta de fiscalização [para cidadãos que resolveram disparar os artefatos por conta própria]", completou.

Ela pretende entrar com uma ação contra a administração municipal.

“Filmem tudo que acontecer por conta do show pirotécnico da prefeitura no Réveillon. Os fogos de artifício são proibidos por lei estadual”, afirmou em uma postagem pelas redes sociais.

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Entenda a polêmica

A Prefeitura de Ubatuba promoveu queima de fogos considerada de baixo ruído na virada de ano em três pontos diferentes da cidade.

A Câmara havia aprovado o uso dos artifícios pirotécnicos no início deste mês, a pedido da gestão municipal.

A decisão, porém, é considerada polêmica, porque vai de encontro com uma lei estadual que proíbe o uso de fogos com estampido, principalmente para preservar o bem-estar de pessoas com autismo, idosos e animais domésticos e selvagens.

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Os shows visuais aconteceram na praia de Itaguá e do Cruzeiro, próximo à pista de skate, e na praia de Maranduba, perto do quiosque Valerine.

‘Experiência visual impactante’

Após a aprovação na Câmara, Flávia Pascoal publicou a contratação de uma empresa especializada para realizar um espetáculo pirotécnico no Réveillon 2024/2025.

As empresas tinham até 19 de dezembro para enviar as propostas para a ação.

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Segundo o edital, a quantidade de fogos foi definida com base no show realizado no aniversário da cidade, que gerou críticas pelo uso de fogos com barulho por cinco minutos.

O edital não especifica um limite de decibéis para os artefatos classificados como de “baixo ruído”.

A prefeitura declarou que o objetivo é proporcionar uma experiência visual impactante, sem deixar de respeitar a fauna local.

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A reportagem da Gazeta entrou em contato com a Prefeitura de Ubatuba e vai atualizar este texto caso receba resposta.

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