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Estudantes de escolas públicas estão mais protegidos dos ultraprocessados graças ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) | Anastasia Shuraeva/Pexels
Quase um terço das crianças e dos adolescentes brasileiros está com excesso de peso, conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o que preocupa especialistas em nutrição e saúde pública porque uma dieta errada e o consequente sobrepeso estão associados a doenças como diabete, hipertensão arterial e câncer.
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Mas, isso parece não sensibilizar donos de cantinas instaladas em escolas particulares. Segundo o estudo Comercialização nas Escolas Brasileiras (Caeb), o número de produtos ultraprocessados disponíveis nesses estabelecimentos é 50% superior à quantidade de alimentos saudáveis oferecidos pelas cantinas.
Esse é um fator decisivo que influencia a escolha dos estudantes pelos produtos industrializados, em detrimento dos alimentos naturais, como as frutas. Veja o que são alimentos ultraprocessados e por que devem ser evitados.
O Caeb foi realizado entre 2022 e 2024 em 2.241 comércios localizados dentro de escolas particulares. A pesquisa contou com a participação de pesquisadores de seis universidades públicas e os resultados foram divulgados nesta semana pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
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Nas escolas públicas, os estudantes estão mais protegidos dos ultraprocessados porque o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) limita a inclusão desses alimentos industrializados na merenda escolar.
Na segunda-feira (3/2), uma resolução assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que, neste ano, o limite de alimentos processados e ultraprocessados nas refeições escolares será reduzido de 20% para 15%. Em 2026, o limite cairá ainda mais, para 10%. O objetivo é promover uma alimentação mais saudável para os estudantes das escolas públicas.
O estudo Comercialização nas Escolas Brasileiras constatou que o refrigerante é o produto ultraprocessado mais comum nas cantinas das escolas particulares, sendo encontrados em 61,8% desses estabelecimentos.
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No ranking de alimentos industrializados oferecidos aos estudantes da rede particular, destaque também para salgados assados com recheios ultraprocessados, como presunto e salsicha, além de bombons, chocolates e salgadinhos de pacote.
Ainda segundo o Caeb, o ambiente alimentar nas escolas particulares está cheio de banners dos fornecedores desses produtos industrializados, além de displays e brindes voltados a incentivar o consumo de ultraprocessados.
E, segundo o Idec, essa é uma faixa etária que não tem discernimento e estrutura cognitiva para lidar com a publicidade. Portanto, o Idec recomenda o envolvimento de pais e responsáveis junto a organizações da sociedade civil para melhorar a alimentação no ambiente escolar.
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A pesquisa mostrou ainda que 23,47% das cantinas analisadas oferecem combos promocionais. Ou seja, bebidas adoçadas, como refrigerantes e achocolatados, acompanhadas de salgados são oferecidas a valores mais baixos, que acabam atraindo a compra por parte dos estudantes em uma espécie de venda casada.
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