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Cotidiano

Cantareira fecha agosto com o menor nível dos últimos sete anos

Considerado o maior sistema de abastecimento da Grande São Paulo, o reservatório opera em estado de alerta desde o dia 1 de julho

01/09/2022 às 14:58  atualizado em 01/09/2022 às 15:51

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Sistema Cantareira continua com níveis baixos (foto de arquivo)

Sistema Cantareira continua com níveis baixos (foto de arquivo) | Divulgação/Sabesp

O mês de setembro deve herdar um cenário desafiador no Sistema Cantareira, que abastece parte do Estado. O reservatório chegou o mês de agosto com o pior nível dos últimos sete anos para o período, operando com 33,1%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

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Segundo especialistas, o nível de operação mais adequado para esse período é acima de 40%. Os próximos meses não contam com previsão de melhoria, pois o período de estiagem e o fenômeno La Niña devem trazer pouca precipitação na região. Ao portal "g1" a Sabesp afirmou que não há risco de desabastecimento neste momento, mas pede uso consciente da água.

O Sistema Cantareira abastece cerca de 7,2 milhões de pessoas por dia e é considerado o maior reservatório de água da Grande São Paulo. Agosto de 2022 marca um dos piores volumes já registrados, mesmo considerando a crise hídriga observada entre 2014 e 2016. 

Segundo o professor do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Luiz Côrtes, a situação do Cantareira é agravado por mudanças climáticas.  

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“Quando começou o período de estiagem, em março, estávamos com nível do Cantareira em torno de 40%. O ideal é que a gente entre nesse período com 60% da capacidade do Cantareira, assim o volume vai reduzindo ao longo dos meses. Como já entramos com o nível muito baixo, a situação compromete não só esse ano, como o ano que vem, já que estamos em um cenário de redução de volume de chuvas nos últimos anos”, explica. 

Volume de chuvas 

Segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), todos os meses deste ano registraram chuvas abaixo da média. Em julho, por exemplo, só choveu 19% da média.

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O climatologista e coordenador-geral de Pesquisa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), José Antonio Marengo, afirma que "nos últimos anos, janeiro tem sido o pico da estação chuvosa, como chuvas irregulares, violentas e que não destruídas como deveriam. Esse ano, especificamente, houve ainda a influência novamente do fenômeno La Niña, que provoca mais chuvas na região norte e nordeste e maior ocorrência de seca no sul e sudeste. Isso é ruim para que a gente consiga acumular chuvas nos reservatórios", explica.

O fenômeno La Niña deve continuar influenciando o clima brasileiro até o final do ano, “provocando irregularidades nas chuvas da região sul. As previsões climáticas indicam ainda que podemos ter a chamada fase neutra no início de 2023, ficando assim em uma fase intermediária do La Ninã e do El Niño, o que pode ser ainda pior para a recarga dos mananciais”, afirma Pedro Luiz Côrtes. 

Estado de alerta 

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O Cantareira entrou em estado de alerta no dia 01 de julho, quando atingiu nível abaixo de 40%. Em menos de dois meses, o volume do reservatório caiu 6,5%. 

O estado de alerta reduz a quantidade de água que a Sabesp pode retirar do manancial, conforme determinação da Agência Nacional de Águas (ANA). Mas a Sabesp afirma que está retirando atualmente 22 m³/s, já inferior ao limite máximo autorizado de 27m³/s, o que é possível "graças à integração com os demais sistemas".

A Sabesp informou em nota que “o Sistema Integrado – composto por 7 mananciais – opera com 45,3% da capacidade, nível similar, por exemplo, aos 43,5% de 2021, quando não houve problemas no abastecimento da Região Metropolitana”.

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