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Cotidiano

Caminhoneiros dizem que limitação do ICMS é ineficaz e prometem nova greve

Associação diz que governo vem anunciando 'medidas tabajaras'de olho na reeleição, em vez de focar em mudanças na política de preços da Petrobras

15/06/2022 às 16:34  atualizado em 15/06/2022 às 16:43

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Em maio do ano passado, a greve dos caminhoneiros paralisou o País; muitas estradas foram  bloqueadas

Em maio do ano passado, a greve dos caminhoneiros paralisou o País; muitas estradas foram bloqueadas | Tomaz Silva/Agência Brasil

A Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) afirmou nesta terça-feira (14) que a redução do ICMS sobre o diesel é ineficaz e que, diante da perspectiva de novo aumento de preços, uma greve "é o mais provável e não demora muito".

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Em nota, a associação liderada pelo caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, reforça críticas sobre a condução da crise pelo governo, que vem anunciando "medidas tabajaras" de olho na reeleição, em vez de focar em mudanças na política de preços da Petrobras.


"Qualquer percentual, de qualquer produto, que se anuncie retirar do preço do combustível será ineficaz para sua efetiva redução", diz o texto divulgado nesta terça, com comentários sobre a aprovação pelo Senado, na segunda (13), de projeto que estabelece teto para o ICMS sobre os combustíveis.


A Abrava argumenta que os impactos da medida serão temporários, já que o mercado espera novos reajustes nas refinarias para acompanhar a alta das cotações internacionais do petróleo e da desvalorização cambial.

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Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras está hoje R$ 0,99 por litro abaixo da paridade de importação, conceito usado pela Petrobras em sua política de preços.


É o quinto dia seguido com defasagem acima de R$ 0,90 por litro no preço do diesel, produto hoje escasso no mercado global devido a cortes na produção russa e ao maior uso em térmicas. Na gasolina, ainda segundo estimativa da Abicom, a diferença é de R$ 0,73 por litro.


"Ora, não é preciso ser um economista para chegar à conclusão que dois ou três aumentos consumirão toda a redução que se pretende fazer por meio dos tributos, correndo risco do litro desses combustíveis ficarem ainda mais caros do que hoje", diz a Abrava.

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Para a associação, o esforço para reduzir tributos sobre os combustíveis mostra "um governo desesperado". Além de mudanças na Petrobras, a entidade pede que o diesel seja custeado pelos contratantes do transporte, como ocorre com o pedágio.


"Essa despesa de viagem precisa ser integralmente ressarcida, ficando o profissional autônomo com seu frete livre de despesas de viagem", sugere, pedindo apoio ao projeto de lei do senador Lucas Barreto (PSD-AP) que estabelece ressarcimento com os gastos com combustível.


"A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo essa política cruel de preços da Petrobras, sem garantia de que o caminhoneiro tenha suas despesas de viagem integralmente ressarcidas, a categoria vai parar", afirma a Abrava.

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"Se não for por greve, vai ser pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável e não demora muito", conclui.

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