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Cotidiano
Segundo a mulher, o episódio ocorreu neste sábado durante uma visita do prefeito Ricardo Nunes à zona sul de São Paulo
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Camilo Cristófaro (PSB) é vereador na cidade de São Paulo | Reprodução Facebook
A gestora pública Lucia de Souza Gomes, 47, registrou um boletim de ocorrência no 26º Distrito Policial, no Sacomã, em São Paulo, na tarde de domingo (13), no qual acusa o vereador Camilo Cristófaro (PSB), da capital paulista, de tê-la ofendido verbalmente.
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O episódio, segundo Gomes, ocorreu neste sábado (12), por volta das 11h, na rua François Cartier, no bairro Parque Bristol, na zona sul da capital paulista, durante uma visita do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
O prefeito estava acompanhado de Cristófaro, além do secretário municipal de Subprefeituras, Caio Luz, e do subprefeito do Ipiranga, Adinilson José de Almeida. Nunes, no entanto, não participou da confusão.
Cristófaro, por sua vez, nega a versão de Gomes e diz que não há provas contra ele.
"Isso é mentira, você tem vídeo que mostra [a confusão]?", disse o vereador à reportagem no sábado, antes de desligar o telefone.
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Souza Gomes afirmou à Folha que tentava se aproximar do prefeito para reivindicar melhorias na comunidade Cruzeirinho, na região de Sacomã, e Cristófaro interferiu e passou a xingá-la.
"O vereador Camilo me xingou de vagabunda, disse que, se eu quisesse aparecer, deveria tirar a roupa e aparecer na capa da [revista] Playboy", contou Gomes. "Eu me senti muito triste, magoada, estou muito receosa com tudo isso. Não esperava uma atitude dessa de um vereador."
Gomes diz que, após percorrer duas delegacias, no sábado, conseguiu registrar o boletim de ocorrência neste domingo. Nele, narra que, quando ela pediu para se aproximar do prefeito, o vereador Camilo Cristófaro disse que, se ela queria aparecer, "que fique pelada na revista Playboy" [sic].
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A gestora pública, então, teria respondido que "o prefeito era para toda a cidade e não para algumas pessoas". Depois, ainda segundo o relato, ouvi o vereador Camilo Cristófaro chama-la de "vagabunda".
O boletim de ocorrência foi tipificado como injúria. Previsto no artigo 140 do Código Penal, o ato de "injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro" prevê detenção de um a seis meses ou multa.
Nunes (MDB) disse que, durante a confusão, conversava com moradores da comunidade na região do Parque Bristol e percebeu uma aglomeração e gritaria. "Foi longe de onde eu estava, não vi esse momento em que relataram, eu não seria justo em dizer algo que não vi", afirmou o prefeito.
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A Folha entrou em contato com Cristófaro novamente no domingo. O vereador não atendeu o celular e respondeu por mensagens.
Cristófaro manifestou indignação por ter sido abordado pela reportagem e chamou a ocorrência de "joguetes políticos". "Eu não caio neles", disse. "Vou processá-la por calúnia, injúria, difamação. Crime contra a minha honra, que tenho de sobra", escreveu.
A Secretaria de Segurança Pública, responsável pela administração das polícias em todo o estado de São Paulo, confirmou que o caso foi registrado como injúria pelo 26º DP.
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"A vítima foi orientada quanto ao prazo de seis meses para ofertar representação criminal contra o autor por se tratar de ação penal privada de crime contra a honra", diz a secretaria em nota.
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), não quis comentar as acusações. "A Câmara precisa ser provocada para agir, é preciso algum avanço na investigação. Não posso sair acusando o Camilo disso ou daquilo neste momento", afirmou Leite.
Essa não é a primeira vez que o Cristófaro se envolve em confusão durante o mandato. Ele elegeu-se vereador de São Paulo em 2016, somando 29,6 mil votos, com o discurso contra a "indústria da multa". Dono de uma coleção de Fuscas, ficou conhecido por vídeos publicados nas redes sociais em que apontava "pegadinhas" dos fiscais de trânsito.
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Em 2017, a então vereadora e atual deputada estadual Isa Penna (PSOL) disse que foi empurrada e agredida por Cristófaro dentro da Câmara Municipal. Segundo Isa, em um elevador do prédio, ele a xingou de "vagabunda", "terrorista", "cocô de galinha" e insinuou ameaças dizendo que ela não deveria ficar surpresa se "tomar uns tapas na rua".
Em seguida, já fora do elevador, Cristófaro se aproximou da colega de plenário e lhe deu "um empurrão de leve", de acordo com ela. O vereador negou na época e diz que não ofendeu ninguém.
Em 2019, Cristofáro chamou o vereador Fernando Holiday (DEM) de "macaco de auditório", no plenário da Câmara. "Gostaria de falar que lamentavelmente o senhor Fernando Holiday usa das redes sociais, que ele é o grande macaco de auditório das redes sociais, que ele usa dando risada dessa Casa, explodindo as redes sociais, porque a população adora ver sangue, maldade, mentira, fake, onde ele acusa os seus colegas de vagabundos", disse Cristófaro.
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Há também acusações de agressões contra o vereador feitas por um funcionário da Subprefeitura do Ipiranga, que teria levado um soco em julho de 2020, e outra realizada por um assessor do vereador Eduardo Suplicy (PT). No primeiro caso, Cristófaro diz que foi um empurra-empurra e que apenas se defendeu diante do funcionário da subprefeitura. Em relação à queixa do assessor de Suplicy, o vereador afirmou, na ocasião, que a acusação era mentirosa e o funcionário "queria aparecer, queria mídia".
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