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Cotidiano

Câmara de SP aprova representações contra Cristófaro por fala racista

51 vereadores paulistanos votaram a favor do acolhimento das acusações; eram necessários 28 votos

Bruno Hoffmann

24/05/2022 às 17:43  atualizado em 24/05/2022 às 17:55

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Camilo Cristófaro

Camilo Cristófaro | Divulgação/Câmara de SP

Na tarde desta terça-feira, o Plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou a admissibilidade de quatro representações contra o vereador Camilo Cristófaro (Avante). O parlamentar foi alvo das denúncias após uma fala considerada racista durante uma sessão na Casa.

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Cinquenta e um vereadores votaram a favor do acolhimento das acusações. Eram necessários 28 votos, ou seja, a maioria absoluta, para aprovar as representações.

Na semana passada, a Corregedoria da Câmara aprovou a abertura do processo contra o vereador. Agora, com a aprovação em Plenário, o processo volta para a Corregedoria para que sejam ouvidas as testemunhas, além da defesa do parlamentar.

"Bom seria se não tivéssemos de votar uma medida desta natureza. Mas, diante da prática do racismo, só nos resta aplicar a Lei para mostrar para a sociedade deste país que aqui o racismo é e será punido", disse o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil).

Entenda o caso

Em uma sessão híbrida da CPI dos Aplicativos, em 3 de maio, Cristófaro afirmou: “É coisa de preto, né?”. Depois, tentou se justificar ao dizer que se referia a ser difícil lavar um de seus carros pretos, e por fim admitiu o ato e pediu desculpa. Não foi o suficiente para barrar as consequências na Câmara.

A Corregedoria da Câmara aceitou um parecer da vereadora Elaine Mineiro, do Quilombo Periférico (PSOL), e abriu um processo contra o parlamentar na última quinta (19).

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Pesa contra Cristófaro o fato de o presidente da Câmara paulistana, Milton Leite (União Brasil), que é negro, ser favorável à cassação do mandato do colega

“A fala do vereador ofendeu minha alma e minha raça. Por isso defendo a punição máxima”, disse ele na última semana.

Um assessor experiente da Casa contou à reportagem da Gazeta, sob condição de anonimato, sobre a possibilidade de Cristófaro perder o mandato: “Neste momento tudo indica que sim, mas as coisas sempre podem mudar. Só é certo que haverá punição”. A outra opção é uma suspensão por seis meses.

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