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Cotidiano
Deputado ironizou a tortura sofrida pela jornalista do jornal O Globo durante ditadura militar
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O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) | Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara instaurou nesta quarta-feira (4) processo contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por ter ironizado a tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, durante a ditadura militar.
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O colegiado também instaurou processo contra o deputado Kim Kataguiri (União-SP) por ter dito que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista.
Foram sorteados nomes de três membros do colegiado para relatar cada um dos casos. Caberá ao presidente do conselho, Paulo Azi (União-BA), apontar, dentre eles, quem será responsável pelo parecer pela admissibilidade ou não das ações.
O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de representações de PT, PC do B, PSOL e Rede por causa do episódio – as do PT, PSOL e Rede foram apensadas à representação do PC do B.
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Em 3 de abril, a jornalista Míriam Leitão postou um artigo e escreveu: "Qual é o erro da terceira via? É tratar Lula e Bolsonaro como iguais. Bolsonaro é inimigo confesso da democracia. Coluna de domingo".
Em uma rede social, Eduardo publicou a imagem da coluna e escreveu: "Ainda com pena da [emoji de cobra]".
Míriam estava grávida quando foi presa e torturada por agentes do governo durante a ditadura. Em uma das sessões, ela foi deixada nua numa sala escura com uma cobra.
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A jornalista é alvo recorrente de bolsonaristas. No começo do ano, em entrevista à rádio Jovem Pan, o presidente afirmou que ela deveria trabalhar melhor. Disse ainda que se fosse boa teria sido lembrada para trabalhar no governo.
Em uma das representações, o PSOL e Rede dizem que Eduardo evidenciou mais uma vez "seu caráter misógino e machista". "A cassação de Eduardo Bolsonaro é imperativa e urgente. Não há nenhuma condição moral e política dele permanecer à frente de qualquer cargo público".
Já o PT, em sua peça, diz que Eduardo Bolsonaro faz "apologia à tortura e à ditadura militar, numa postura de intolerância e ódio dentre tantos que vem pautando a trajetória política" do deputado, segundo o partido.
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E o PC do B defende que, ao "praticar apologia da tortura, o parlamentar Bolsonaro atacou o estado democrático de direito, porque ofende a dignidade da pessoa humana, justamente um dos fundamentos da democracia brasileira."
Foram sorteados os nomes de Mauro Lopes (PP-MG), Pinheirinho (PP-MG) e Vanda Milani (PROS-AC) para a representação de Eduardo Bolsonaro.
O conselho também abriu processo contra Kim Kataguiri por ter afirmado, em entrevista no Flow Podcast, que foi um erro a Alemanha ter criminalizado o partido nazista.
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O deputado pediu desculpas pela fala e defendeu que a melhor forma de combater é expor o que há de ruim no nazismo. Ele afirmou ainda não ser a favor da existência de partidos, imprensa ou outras instituições que façam apologia ao tema.
PP e PT entraram com representações contra o parlamentar –a do PT foi apensada à do PP. Os deputados Diego Garcia (Republicanos-PR), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Adolfo Viana (PSDB-BA) foram sorteados.
Além dos dois processos, o conselho instaurou também representação contra o deputado Josimar Maranhãozinho, suspeito de desvio de recursos de emendas para a Saúde. Eleitoral no Maranhão por atos típicos de campanha antecipada.
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Ele é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) e também está no radar da Procuradoria Regional
Em uma das apurações do STF, Maranhãozinho foi flagrado contando maços de dinheiro em seu escritório político. Ele é suspeito de desviar dinheiro de emendas parlamentares. As imagens foram captadas pela Polícia Federal com autorização do ministro Ricardo Lewandowski.
Foi instalada uma câmera escondida no escritório político do investigado. Na gravação, o parlamentar aparece guardando os valores em caixas. Ele disse a um interlocutor que uma delas continha R$ 250 mil.
Para a representação, protocolada pela Rede Sustentabilidade, foram sorteados os nomes dos deputados Alexandre Leite (União-SP), Júlio Delgado (PV-MG) e Dra. Vanda Milani (PROS-AC).
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O colegiado abriu ainda representação contra a bolsonarista Bia Kicis (PL-DF) por ter divulgado dados de médicos favoráveis à vacinação infantil.
Documentos com informações pessoais de três médicos que defendem a imunização de crianças estavam em poder do Ministério da Saúde e foram vazados em grupos de WhatsApp. A informação foi revelada pelo jornal O Globo.
Os médicos participaram de uma audiência pública da pasta na terça (4) e apresentaram argumentos a favor da imunização de crianças entre 5 e 11 anos.
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Foram sorteados os deputados Gilberto Abramo (Republicanos-MG), Adolfo Viana (PSDB-BA) e Pinheirinho (PP-MG).
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