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Cotidiano
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação, o Brasil despeja, em média, 10,9 kg de venenos em cada hectare
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Desde 2008, Brasil se transformou no maior consumidor de venenos agrícolas do mundo | Min An/Pexels
Enquanto o Brasil despejou quase 720 mil toneladas de venenos agrícolas em suas plantações, a China utilizou 244 mil toneladas. E o país asiático tem quase sete vezes mais habitantes do que o Brasil, o que dilui a carga de agrotóxicos entre mais pessoas.
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A China também possui um território quase 13% maior do que o brasileiro. Já os Estados Unidos (EUA) aplicaram 457 mil toneladas. Juntos, China e EUA usaram 701 mil toneladas de agroquímicos nas lavouras.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), o Brasil despeja, em média, 10,9 kg de venenos em cada hectare, que é uma área equivalente à de um campo de futebol. Já os EUA usam 2,85 kg/hectare; a China, 1,9 kg/hectare. Os dados são relativos ao ano-safra de 2021.
Desde 2008, com a ascensão do agronegócio exportador de commodities agrícolas, como milho e soja, o Brasil se transformou no maior consumidor de venenos agrícolas do mundo. Descubra quais são os venenos agrícolas que você mais consome no dia a dia.
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E números da última pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostravam que, na segunda década deste século, cada brasileiro ingeria, em média, 7,5 litros de venenos agrícolas por ano.
“Pesquisas científicas relacionam o uso de agrotóxicos ao desenvolvimento de alguns tipos da doença, como o linfoma não-Hodgkin e tumores malignos de mama, próstata e cérebro”, afirmava a toxicologista Márcia Sarpa, da área de Ambiente, Trabalho e Câncer, em material publicado pelos canais oficiais do Inca.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que os venenos agrícolas causam 70 mil intoxicações agudas e crônicas por ano, muitas das quais evoluem para óbito, em países em desenvolvimento como o Brasil.
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Mais de sete milhões de casos de doenças agudas e crônicas não fatais também são registrados. Veja como reduzir o consumo de agrotóxicos.
São substâncias químicas usadas para prevenir, destruir, reduzir ou conter pragas. Os agrotóxicos são mais empregados na agricultura, mas podem ser usados no controle de vetores, como inseticidas domésticos, no armazenamento de grãos e sementes e na produção de flores.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há nível seguro de exposição a essas substâncias, ou seja, não é possível eliminar o risco de desenvolver câncer ao usá-las, independentemente da quantidade, devido ao seu potencial mutagênico e carcinogênico.
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Agroquímico mais vendido no Brasil e no mundo, o herbicida glifosato chegou a ser considerado provavelmente cancerígeno pela OMS.
A fabricante do produto, a gigante Monsanto, empresa de biotecnologia e agricultura do grupo alemão Bayer, foi condenada a pagar US$ 289 milhões em ação judicial nos Estados Unidos.
A condenação foi paga a um jardineiro que desenvolveu linfoma não-Hodgkin. A alegação foi de que o herbicida levou ao surgimento da doença.
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Outros oito mil processos semelhantes tramitam na justiça dos Estados Unidos contra a Monsanto.
Segundo especialistas, além de provocar câncer, o uso de agrotóxicos está associado à desregulação do sistema hormonal, má-formação congênita, danos ao aparelho reprodutivo e mutações no DNA.
De forma geral, agricultores e outros trabalhadores que lidam diretamente com as substâncias correm mais risco, pela exposição intensa e frequente.
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Como os agrotóxicos estão muito presentes no cultivo de alimentos, toda a população corre perigo.
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