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Cotidiano
Expedição liderada pelo Brasil vai contar com cientistas também da Argentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia; entenda a expedição
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Missão vai circum-navegar o continente antártica durante mais de dois meses | Pexels/Pixbay
O Brasil vai liderar uma missão internacional a partir de 22 de novembro deste ano que tem a missão de circundar inteiramente a Antártica, o continente mais desconhecido do planeta. O percurso será de 20 mil quilômetros com a intenção de chegar o mais perto possível das frentes das geleiras.
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A Expedição Internacional de Circum-Navegação Costeira Antártica, como o projeto foi batizado, vai contar com cientistas de sete países: Brasil, Argentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia.
A expedição será coordenada pelo pesquisador e explorador polar Jefferson Cardia Simões, do Centro Polar e Climático (CPC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No total serão 61 cientistas, incluindo 27 brasileiros.
A pretensão é que a missão chegue ao fim em 25 de janeiro de 2025, em uma viagem ao redor do continente gelado de mais de dois meses.
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Segundo a UFRGS, o objetivo é coletar amostragens ao longo da costa, para finalidade de estudos biológicos, químicos e físicos, focando dados atmosféricos, geofísicos, glaciológicos e oceanográficos do manto de gelo antártico e seu entorno.
A expedição também vai incluir um levantamento aéreo inédito das massas de gelo, monitorando o comportamento das geleiras diante das mudanças climáticas. As alterações no clima têm potencial para alterar o comportamento dos mares no litoral brasileiro e de todo o mundo.
A comunicação será garantida pela tecnologia avançada do satélite Starlink, que deve permitir a troca de informações via texto, áudio e vídeo, com acesso ilimitado à internet durante todo o percurso antártico.
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Segundo Simões, expedições antárticas que avançaram pelo continente ou fizeram circum-navegação existem há mais de dois séculos, cada vez mais perto da costa.
"Em 2016 e 2017, com a participação de cientistas gaúchos, tivemos uma expedição mais ao norte. O pioneirismo desta nova expedição está em ser realizada o mais perto possível da costa da Antártica", disse ele ao portal da UFRGS.
"Esperamos ter dados sobre a linha de flutuação dessas geleiras e, simultaneamente, apoiaremos um levantamento geofísico dessas frentes de geleiras para entender como elas respondem ao aquecimento da atmosfera e do oceano", completou.
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Segundo o cientista, a expedição espera também coletar dados sobre a biodiversidade, a resposta da fauna polar às variações climáticas, a circulação oceânica e os sinais de poluição.
Para percorrer toda a costa e acessar o continente antártico será usado o navio quebra-gelo científico Akademik Tryoshnikov, do Instituto de Pesquisa Ártica e Antártica (de São Petersburgo, na Rússia).
A expedição é 97% financiada pela fundação suíça Albédo pour la Cryosphère, dedicada ao estudo e à preservação da massa de neve e do gelo planetário. A missão conta também com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
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