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Cotidiano
Conscientização da sociedade é essencial para combater crise das queimadas; fumaça afeta saúde
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Número de focos no Brasil já dobrou em relação ao mesmo período de 2023 | Divulgação/Agência Brasil
O Brasil registrou, nas últimas 24 horas, mais de 5 mil focos de incêndio, concentrando 76% das ocorrências em toda a América do Sul, de acordo com dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para a Agência Brasil.
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O Cerrado se destacou, superando a Amazônia em quantidade de focos, com 2.489 ocorrências, marcando um aumento expressivo nos incêndios.
A especialista em fogo e diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, destacou a preocupação com a antecipação do período crítico de incêndios.
“Estamos enfrentando uma situação desafiadora. Não sabemos como será nos próximos meses, e há receio de que a situação se agrave, como ocorreu no final do ano passado, quando os incêndios na Amazônia se intensificaram em novembro e dezembro, e as chuvas só chegaram em janeiro”, afirmou.
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Nos primeiros dias de setembro, o número de focos no Brasil já dobrou em relação ao mesmo período de 2023. Este ano, foram registrados 37.492 focos, comparados aos 15.613 do ano anterior.
Segundo Ane, essa escalada resulta de uma combinação de fatores climáticos, como os fenômenos El Niño e La Niña, somados ao aquecimento global e à ação humana.
“É uma situação sem precedentes, onde o clima favorece a propagação do fogo originado pelas queimadas”, explicou.
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Além da Amazônia e do Pantanal, outros estados, como São Paulo, também enfrentam momentos críticos devido aos incêndios.
Embora a seca traga impactos ambientais e econômicos, como isolamento de comunidades e morte de espécies, ela, sozinha, não provoca incêndios. Segundo Ane Alencar, a ação humana é essencial para que o fogo se inicie.
“O fogo é causado principalmente pelo uso agrícola, como na renovação de pastagens e no desmatamento”, afirmou.
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A fumaça gerada pelos incêndios também tem causado sérios problemas à saúde pública. O Ministério da Saúde acionou a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) para ajudar estados e municípios a enfrentar os efeitos das queimadas na saúde da população.
Além dos impactos na saúde, os incêndios afetam diretamente a economia, a biodiversidade e a capacidade de regeneração dos ecossistemas atingidos.
“A perda de biodiversidade, a redução da capacidade de retenção de carbono e até a diminuição dos serviços ecossistêmicos, como a provisão de água, são algumas das consequências”, alerta Ane.
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Apesar das proibições ao uso do fogo em muitas regiões, Ane enfatiza que é preciso um maior engajamento da sociedade para conter os incêndios.
“Sem a participação ativa da população, os esforços governamentais não serão suficientes para enfrentar essa crise”, concluiu.
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