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Cotidiano

Brasil é eleito e volta ao Conselho de Direitos Humanos da ONU

O Brasil foi eleito nesta terça para o sexto mandato, após dois termos consecutivos que terminaram em 2022

10/10/2023 às 20:00

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Atualmente presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil voltou também ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, nesta terça-feira (10)

Atualmente presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil voltou também ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, nesta terça-feira (10) | Reprodução/ONU

Atualmente presidente do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil voltou também ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, nesta terça-feira (10), eleito ao lado de mais 14 países, alguns deles criticados por enviados especiais da própria organização por violações dos direitos humanos -casos de China e Burundi.

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O Conselho de Direitos Humanos permite uma única reeleição, após a qual o país que deseja voltar ao órgão precisa esperar um ano para se candidatar novamente ao triênio seguinte.

O Brasil foi eleito nesta terça para o sexto mandato, após dois termos consecutivos que terminaram em 2022.

O documento de candidatura do país neste ano, que traz garantias e compromissos voluntários relacionados aos direitos humanos, retoma o discurso em favor dos direitos LGBTQIA+, ausente no texto da última eleição brasileira, em 2019, para o triênio 2020-2022.

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Na ocasião, o país era governado por Jair Bolsonaro (PL).

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No apagar das luzes do governo de Bolsonaro, em novembro de 2022, o Brasil foi cobrado por falhas da gestão federal principalmente com os povos indígenas, citados por mais de 25 países na ocasião.

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Diversas intervenções na sessão também recomendaram mais atenção para combater ataques a jornalistas e ativistas de direitos humanos e do meio ambiente.

A reprimenda ocorreu alguns meses após os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, no Vale do Javari (AM), caso de repercussão nacional que resultou em críticas às autoridades durante as investigações e foi lembrada nominalmente na fala do representante do Reino Unido na ocasião da sessão.

A candidatura atual também ressalta o compromisso do país com a democracia e reforça a "luta por memória, verdade e justiça, relacionada não apenas a violações ocorridas durante o regime militar, mas também à triste história da escravidão e suas consequências".

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O regime militar e o reconhecimento dos resultados do passado escravista não estavam presentes nos documentos de candidatura anteriores, tanto sob Bolsonaro como durante os governos Lula e Dilma.

A comitiva que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU em setembro contou com a presença do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.

A intenção do grupo era mobilizar apoio de países-membros das Nações Unidas para a candidatura brasileira.

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Segundo interlocutores do ministério, o país busca fortalecer os mecanismos de cooperação no contexto do Conselho de Direitos Humanos, apoiar a participação social nas decisões do órgão e impulsionar discussões no campo do combate ao discurso de ódio e da promoção da igualdade racial, entre outros pontos.

Das cinco regiões geográficas em que os candidatos são divididos, as duas únicas em que havia mais postulantes do que vagas disponíveis eram a América Latina e Caribe e a Europa Central e Oriental. Peru, República Dominicana e Cuba concorreram com o Brasil --o Peru não foi eleito.

No caso da Europa Central e Oriental, as duas vagas abertas foram disputadas por Albânia, Bulgária e Rússia, que se tornou a segunda nação suspensa do órgão, em abril de 2022, após relatos de abusos nos meses que seguiram ao início da Guerra da Ucrânia -a primeira foi a Líbia, em 2011.

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Na ocasião da votação, o Brasil ainda integrava o órgão no mandato anterior e absteve-s e na votação, em meio a posicionamentos que, por um lado, condenaram a invasão promovida pelo presidente russo, Vladimir Putin, e, por outro, evitaram críticas diretas ao Kremlin.

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