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Cotidiano

Bolsonaro viaja aos EUA e despreza rito democrático da transição

Mandatário fez uma live de despedida nesta sexta e não mencionou a viagem

Maria Eduarda Guimarães

30/12/2022 às 15:04  atualizado em 30/12/2022 às 15:08

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Jair Bolsonaro (PL)  não passará a faixa para o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Jair Bolsonaro (PL) não passará a faixa para o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Isac Nóbrega/Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro (PL) viaja para os Estados Unidos nesta sexta-feira (30) para passar a virada do ano. O mandatário decidiu desprezar o rito democrático e não passará a faixa para o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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O chefe do Executivo segue em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). O mandatário fez uma live de despedida nesta sexta e não mencionou a viagem.

No entanto, também nesta sexta, o governo publicou uma autorização para que assessores acompanhem Bolsonaro na ida para Miami de 1 a 30 de janeiro. Foram autorizados a viajar com o mandatário 4 dos 8 nomes que foram nomeados para serem assessores de Bolsonaro após ele deixar o governo.

A posse de Lula ocorrerá no próximo domingo (1). É praxe que o presidente que deixa o poder passe para o sucessor a faixa presidencial.

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Bolsonaro, porém, já vinha falando a interlocutores desde que perdeu as eleições que não pretendia cumprir o rito democrático.

Em live de despedida nesta sexta, Bolsonaro evitou mencionar o assunto. No vídeo, ele condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília, criticou a montagem do governo Lula (PT), repetiu o discurso de perseguido, ensaiou uma fala como líder da oposição e defendeu os atos antidemocráticos pelo país.

"É um governo que começa capenga", disse Bolsonaro sobre a gestão petista que se inicia neste domingo (1º).

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O presidente ainda ensaiou um discurso de oposição ao governo Lula, o que vinha evitando em sua reclusão após a derrota de outubro.

"Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes."

Ainda sobre o Lula, disse que "nada está perdido" e que o "Brasil não vai se acabar nesse 1º de janeiro". "O Brasil não sucumbirá, acreditem em vocês", afirmou o presidente. "Perde-se batalha, mas não perderemos a guerra."

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Bolsonaro ficou com os olhos marejados ao falar dos limites de sua caneta. No mesmo pronunciamento, disse ter feito o possível pela reeleição, criticou os nomes indicados para o ministério de Lula e repetiu o discurso de que teria sido perseguido por imprensa e Judiciário ao longo de seus quatro anos de mandato.

FAIXA PRESIDENCIAL JÁ MUDOU DE TAMANHO, FOI RESTAURADA E SUMIU

A faixa presidencial, com 111 anos, já mudou de tamanho, foi restaurada e gerou polêmicas por sumir, resultando em uma investigação da Polícia Federal.

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Há mais de uma versão do item -a mais atual foi comprada por Lula em 2007, por R$ 55 mil, usada pela primeira vez nas comemorações do Sete de Setembro realizadas em 2008.

Inicialmente, o símbolo tinha 15 cm de largura, mas foi alterado posteriormente, diminuindo para 12 cm, por 1,67 m de comprimento. O decreto de Hermes da Fonseca também definia que o brasão fosse bordado a ouro - hoje, a confecção do símbolo republicano é mais simples.

Além disso, os cuidados com o item devem ser redobrados, já que o acessório é considerado um artigo histórico, comprado com dinheiro público. A lei determina que as faixas sejam conservadas em acervos, sob os cuidados do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

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Uma polêmica, porém, rondou o acessório, que supostamente sumiu em 2016. Um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre os presentes recebidos pelos presidentes no exercício de seus mandatos havia constatado que a faixa não estava no cofre da Presidência.

Pouco tempo depois, apurou-se que o item estava guardado num cofre, sem o broche de ouro que completa a peça. A PF eventualmente encontrou a joia embaixo de um armário nas dependências da Presidência.

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