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Cotidiano
Um dos argumentos para isso é que as medidas atuais acabam beneficiando a Rússia
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Biden | PATRICK SEMANSKY/ASSOCIATED PRESS
O presidente Jair Bolsonaro poderá pedir ao presidente Joe Biden uma redução nas barreiras de importação ao aço brasileiro para os EUA, criadas pelo ex-presidente Donald Trump em 2018. Um dos argumentos para isso é que as medidas atuais acabam beneficiando a Rússia.
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Os dois líderes terão uma reunião bilateral durante a Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles nesta semana e que reúne delegações de 34 países do continente. A conversa deve ocorrer na tarde de quinta (9).
Como medida protecionista, os EUA criaram uma sobretaxa de 25% ao aço importado, em uma medida chamada de Seção 232. O Brasil, assim como alguns outros países, obteve uma cota de exportação de aço livre desta cobrança, e o pleito agora é que esse limite seja ampliado, extinto ou que o país pague uma alíquota menor, segundo diplomatas brasileiros envolvidos na preparação do encontro.
Um dos produtos mais exportados pelo Brasil são placas de aço semi-acabado, cuja cota atual é de 3,5 milhões de toneladas anuais. A produção dessas placas usa carvão metalúrgico vindo dos EUA. Assim, a ampliação da cota levaria a um aumento de empregos também em estados como a Virgínia, que exporta US$ 400 milhões do material ao Brasil por ano, argumentam negociadores brasileiros.
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Diplomatas buscam também apoio de parlamentares democratas para a mudança, que podem ajudar a convencer Biden sobre a alteração. Outro argumento é que a ampliação de exportações brasileiras poderia fazer com que os EUA comprem menos aço da Rússia, que segue como um dos principais fornecedores do material para a indústria americana.
Quando presidente, Trump adotou várias medidas protecionistas para conter importações, sob argumento de que pretendia preservar empregos nos EUA. Biden, há um ano e meio no cargo, ainda mantém várias daquelas medidas em vigor.
No entanto, após a pandemia e a Guerra na Ucrânia, os Estados Unidos passaram a falar em near-shoring, um movimento de trazer para mais perto indústrias e cadeias de produção espalhadas pelo planeta, em um movimento que pode beneficiar a América Latina. O governo americano espera que isso, além de melhorar a economia da região, também ajude a desestimular a migração de latino-americanos rumo aos EUA.
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Na terça, o governo americano anunciou que dez empresas americanas farão investimentos totais de US$ 1,9 bilhão em países da América Central. A lista de novos empreendimentos inclui redes de banda larga fixa e de telefonia móvel, expansão de pagamentos digitais, fábricas de roupas e autopeças e plantações de banana e abacate.
Além do aço, a pauta da conversa entre os dois presidentes pode incluir a recuperação econômica pós-pandemia, insegurança alimentar e a crise climática, mas a lista final de tópicos será definida pelos dois. Sobre a reunião, um representante da Casa Branca disse que é notório que há desentendimentos com o governo brasileiro, mas que a conversa deverá ser sincera e direta, já que os países possuem muitos interesses e preocupações em comum.
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