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Cotidiano

Bolsonaro melhora em votos de regiões que mais recebem Auxílio Brasil

Bolsonaro elevou em 3,6 pontos percentuais a votação nos municípios com mais de 25% da população contemplada pelo programa social

Leonardo Sandre

18/10/2022 às 12:25  atualizado em 18/10/2022 às 12:29

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Ao turbinar o Auxílio Brasil, a campanha do chefe do Executivo esperava melhorar seu desempenho eleitoral entre o eleitorado em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mais força política

Ao turbinar o Auxílio Brasil, a campanha do chefe do Executivo esperava melhorar seu desempenho eleitoral entre o eleitorado em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mais força política | Facebook/Jair Bolsonaro

A votação do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas cidades que mais recebem o Auxílio Brasil melhorou no primeiro turno em relação a 2018, quando disputou a Presidência pela primeira vez.

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Entre o primeiro turno de 2018 e o de 2022, Bolsonaro obteve menos votos válidos -caiu de 46% para 43,2%. Mas, nas cidades onde, proporcionalmente, mais moradores recebem o benefício, o cenário é outro. O desempenho eleitoral do presidente melhorou na comparação entre as votações.

Bolsonaro elevou em 3,6 pontos percentuais a votação nos municípios com mais de 25% da população contemplada pelo programa social.

Nas 397 cidades que mais recebem a transferência de renda, a votação válida dele passou de 16,53% para 20,18%.

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Ao turbinar o Auxílio Brasil, a campanha do chefe do Executivo esperava melhorar seu desempenho eleitoral entre o eleitorado em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mais força política.

Ao todo, são 397 cidades onde mais de 25% da população recebe a transferência de renda, das quais 348 estão no Nordeste -segmento regional que historicamente tem preferência pelo PT.

Pesquisas mostraram que Bolsonaro conseguiu avançar na popularidade nesse segmento, mas, até as vésperas do primeiro turno, ainda estava longe do patamar alcançado pelo petista.

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A campanha bolsonarista acredita que o efeito político da ampliação do Auxílio, que em agosto subiu para, em média, R$ 607 por mês, só deve ficar mais evidente com a proximidade do segundo turno.

Alguns aliados do presidente reclamam que essa medida, uma das principais apostas eleitorais de Bolsonaro, foi implementada tardiamente.

Apesar de Bolsonaro só ter vencido Lula em seis das cidades com mais Auxílio Brasil, o presidente conseguiu ampliar a margem de votos válidos nesse grupo.

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A avaliação do Bolsonaro tem melhorado marginalmente entre os beneficiários.

Segundo a pesquisa do Datafolha divulgada na sexta (14), 29% dos eleitores que recebem o benefício consideram o atual governo ótimo ou bom, ante 27% na semana anterior ao primeiro turno.

Em Jacareacanga, no Pará, a votação de Bolsonaro saltou 23 pontos percentuais -subiu de 21,9% dos votos válidos há quatro anos para 45,23% na eleição de domingo (2).

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Mais da metade (52%) da população de Jacareacanga é beneficiária do Auxílio Brasil.

Em Anapu, no Pará, o presidente ficou em segundo lugar em 2018 contra Fernando Haddad (PT). Mas, agora, passou a liderar a votação. Bolsonaro cresceu de 41,8% para 57,2% dos votos válidos.

Bolsonaro conseguiu, com apoio do Congresso e driblando regras de controle de gastos, elevar o valor médio do benefício para mais de R$ 600. Em novembro de 2021, ainda sob comando do presidente, o programa pagava aproximadamente R$ 230 por família.

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Além de elevar o valor transferido, a enxurrada de dinheiro para o Auxílio Brasil permitiu a inclusão de 6,18 milhões de novas famílias desde novembro do ano passado, quando o programa foi lançado.

Apesar de o Auxílio Brasil ter alcançado um recorde no número de famílias (20,65 milhões), a cobertura ainda está distante do desempenho do auxílio emergencial, criado em abril de 2020 para atender a população mais vulnerável com a chegada do coronavírus ao País.

O benefício atingiu quase 40 milhões de residências. Com isso, o governo fez uma forte ampliação do gasto social, e Bolsonaro viu sua popularidade subir.

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Para suavizar o impacto negativo do fim do auxílio na popularidade, o governo apostou no Auxílio Brasil e, para isso, patrocinou duas PEC (propostas de emenda à Constituição) para escapar de limitações orçamentárias e aumentar a verba para o programa.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a entrada de novas famílias beneficiou principalmente estados onde o presidente foi derrotado por Fernando Haddad (PT) em 2018 e, durante a campanha, tentou melhorar sua imagem de olho na reeleição.

A campanha do presidente à reeleição não tinha esperança de conseguir reverter o cenário de favoritismo de Lula na região, mas esperava melhorar o desempenho de Bolsonaro nesses estados.

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Além de ampliar o valor da transferência de renda, Bolsonaro extinguiu o nome Bolsa Família -associado aos governos petistas. A estratégia foi criar uma marca para o presidente na área social.

No primeiro ano de governo, Bolsonaro não deu prioridade ao Bolsa Família, que chegou a ter fila de espera de quase 1,5 milhão de famílias.

Ao longo do governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) dobrou a quantidade de emendas parlamentares, que são recursos do Orçamento usados por deputados e senadores para financiar projetos e obras nos respectivos redutos eleitorais.

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Esse mecanismo ampliou a base política de Bolsonaro, dando sustentação e capilaridade à campanha dele.

O presidente também registrou um aumento nos votos válidos nas cidades que mais foram abastecidas por emendas de relator, que são distribuídas com base em critérios políticos determinados pela cúpula do Congresso e favorece aliados do Planalto.

Com isso, a fatia do Orçamento reservada para emendas saltou de R$ 15 bilhões em 2019, primeiro ano de governo, para R$ 33,9 em 2022 –ano eleitoral.

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Nas mil cidades que mais receberam emendas de relator desde o início da gestão Bolsonaro, o presidente conseguiu ampliar a margem de votos válidos em 727 municípios.

A votação válida dele subiu 31,80%, na eleição de 2018 contra Haddad, para 33,80% na disputa deste ano contra Lula.

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