Bolsonaro insinua que mortes de crianças por Covid-19 não existiram

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a colocar em dúvida nesta sexta-feira (14) o número de mortes por covid-19 no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 687 mil pessoas morreram em decorrência do coronavírus no país. A informação é do portal Carta Capital.

“Falei que tinha que cuidar do pessoal que tem doença aí, ‘os comorbidades’, os mais idosos, o resto, vai trabalhar, cara!. A molecada não sofre com o vírus, porra…tanto é que você viu um moleque morrer de vírus por aí… Alguém conhece algum filho de alguém que morreu de vírus? Não tem”, afirmou.

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Ao todo, segundo o próprio Ministério da Saúde, o Brasil soma quase 700 mil mortes decorrentes da doença.

Em entrevista a um podcast, Bolsonaro ainda disse, sem apresentar provas, que os prefeitos fraudaram os registros de óbito de crianças e pessoas mais jovens para terem mais recursos do governo federal:

“O que aconteceu, em grande parte, o moleque tinha um traumatismo craniano, levaram pro hospital e colocaram no leito UTI Covid porque recebia por dia 2 mil reais enquanto a UTI normal era 1 mil reais”, acrescentou o chefe do Executivo, sem apresentar provas.

Bolsonaro também voltou a dizer que não errou na forma como conduziu a pandemia. Vale lembrar que o presidente foi duramente criticado por ter sido contra medidas de isolamento social, responsáveis por evitar a disseminação do vírus, e contra a vacina.

Dados de 2020 e 2021 foram analisados pelo Observa Infância e mostram que duas crianças morriam por dia no Brasil por culpa da Covid.

Segundo divulgado pelo Instituto Butantan, em janeiro deste ano, o Brasil somava 1.449 mortes de meninos e meninas de até 11 anos em decorrência do novo Coronavírus.