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Bolsonaro diz ser difícil mudar valor de saque

FGTS. Presidente diz não acreditar que Congresso mude o texto da MP que libera saques

27/07/2019 às 01:00

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'Alguns falam que eu atendi interesse de construtoras. Não, eu atendi interesse do povo', disse presidente

'Alguns falam que eu atendi interesse de construtoras. Não, eu atendi interesse do povo', disse presidente | /Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na última sexta-feira que acha difícil que o Congresso mude o texto da medida provisória que libera saques das contas ativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para aumentar os valores.

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"Nós temos que ter recursos para continuar o programa Minha Casa Minha Vida, que é muito importante pra quem não tem onde morar. Essa que é a nossa intenção. Agora, o Parlamento sabe muito bem, acho difícil eles tomarem medida nesse sentido, mas tem todo o direito de tomar", afirmou. "Nós procuramos atender 82% das pessoas cujo o saldo é abaixo de R$ 500. Alguns falam que eu atendi interesse de construtoras. Não, eu atendi interesse do povo."

Os recursos do fundo financiam o programa de habitação social, e a pressão do setor de construção civil fez o governo alterar os planos em relação ao valor do saque permitido. "Se botar na ponta do lápis, eles falarem que não será atingida a construção de casas populares no Brasil, não tem problema. Tá certo. Depende deles mostrarem. Que matemática não tem como fugir, matemática pelo que eu aprendi até hoje dois e dois são quatro e ponto final", afirmou.

A Caixa deve divulgar no dia 5 de agosto os detalhes e o calendário de saques. Serão contemplados os de até R$ 500 de cada uma das contas ativas e inativas. A partir de 2020, o trabalhador poderá optar pela modalidade do "saque-aniversário", em que poderá resgatar um montante da conta todo ano. A pessoa que decidir por isto não poderá sacar a totalidade do saldo se for demitido.

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No Congresso, entretanto, a disposição de deputados e senadores é contrária ao pedido de Bolsonaro.

"A equipe econômica do presidente Bolsonaro está tímida em relação ao saque do FGTS. Não vai resolver nada. É um grão de areia num oceano. Tinha que seguir o exemplo da equipe comandada por Henrique Meirelles [ministro da Fazenda do governo Michel Temer", disse o líder do Podemos, José Nelto (GO), que defende uma liberação de, no mínimo, R$ 1.000.

A menção ao ex-ministro Meirelles se deve à liberação do FGTS feita em 2017 pelo governo Temer. À época, foi possível sacar todo o dinheiro correspondente ao FGTS inativo.

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No Senado, também houve reação. "O governo está combatendo uma doença crônica com aspirina. Vai dar um suspiro, mas não resolve o problema da economia. O incremento é ainda menor que o feito no governo Temer. Não vamos ser contra a aspirina, mas pensamos em ampliar o limite de saque", disse o líder da Minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). ?O líder do PSD, Otto Alencar (BA), disse ser favorável ao aumento, mas que é preciso tomar cuidado para não afetar o financiamento de moradias populares. (FP)

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