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Cotidiano

Bolsonaro diz que Moraes não cumpriu sua parte em acordo após 7 de Setembro

A declaração do presidente ocorreu durante entrevista ao SBT nesta terça-feira (7)

Maria Eduarda Guimarães

07/06/2022 às 16:34  atualizado em 07/06/2022 às 16:41

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Presidente Jair Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta terça-feira (7) que teria feito um acerto com o ministro Alexandre de Moraes para assinar a carta após os atos de raiz golpista do 7 de Setembro, mas que o ministro não teria cumprido sua parte.

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A declaração ocorreu durante entrevista ao SBT. Bolsonaro não disse o que teria sido acertado, mas que eram questões para diminuir a pressão sobre seus aliados, como ocorre hoje, segundo ele, com o deputado estadual cassado Fernando Francischini (União Brasil-PR).

"Estava eu, Michel Temer, um telefone celular na minha frente. Ligamos pro Alexandre de Moraes, conversamos três vezes com ele. Combinamos certas coisas pra assinar aquela carta. Ele não cumpriu nenhum dos itens que combinei com ele", disse Bolsonaro.

"Logicamente, eu não gravei essa conversa, questão de ética, jamais faria isso. Mas digo pra você, o sr Alexandre de Moraes não cumpriu uma só das coisas que acertamos naquele momento pra eu assinar a carta", completou.

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A carta a que Bolsonaro se refere foi a nota divulgada dois dias depois dos atos de raiz golpista, com a presença do presidente, em que ele exortou descumprimento de decisão judicial e chamou Moraes de "canalha".

No texto, redigido com ajuda de Michel Temer (antecessor de Bolsonaro e responsável pela indicação de Moraes ao STF), o chefe do Executivo dizia nunca ter tido "nenhuma intenção de agredir quaisquer poderes".

A nota surpreendeu por ter um tom bem diferente do que ele vinha adotando nos últimos meses.

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"Não vou te falar [o que foi combinado]. A carta está pública, nós combinamos ali outras questões pra exatamente diminuir a pressão sobre essa perseguição que ele faz ate hoje em cima de pessoas que me apoiam."

"Como, por exemplo, em cima do próprio deputado Francischini, que de forma completamente sem qualquer justificativa, embasamento, cassaram mandato dele", disse o presidente na entrevista desta terça-feira ao SBT.

O caso de Francischini deve ser analisado nesta tarde pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal. O ministro Kassio Nunes Marques (STF) deu uma decisão em que restituiu o mandato do deputado cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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O presidente saiu em defesa do aliado e disse que a opinião do deputado estadual é a mesma que a sua. O mandatário afirmou ainda que ele faria tudo o que Francishini fez hoje, "sem problema nenhum".

O deputado foi cassado em outubro passado devido à publicação de vídeo, no dia das eleições de 2018, no qual afirmou que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas para impedir a votação no então candidato a presidente da República.

O deputado colocou sob suspeição o sistema eletrônico de votações e falava em fraude nas urnas, o que não ficou comprovado. Bolsonaro faz o mesmo.

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"O que o Francischini fez, eu faria hoje sem problema nenhum. Como tenho falado semelhante a ele, ele falou 'oh, tem gente que vai votar 17 e aparece 13'. É verdade, Alexandre de Moraes, é verdade. Vários vídeos assisti de pessoas falando isso ai, não foi um ou outro caso, não, milhares", disse o presidente.

Bolsonaro disse ainda que participará de manifestações de 7 de setembro de neste ano, assim como no ano passado. À época, os atos de raiz golpista tinham o Supremo e seus ministros como alvo, em especial Moraes.

O ministro é relator de inquéritos que têm o presidente, seus filhos e seus aliados como investigados ou réus.
Na ocasião, Bolsonaro chegou a xingar Moraes de canalha e exortou descumprimento de decisão judicial, o que é ilegal. Ele compareceu aos atos de Brasília e de São Paulo.

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"A previsão é participar do grande desfile em Brasília. Depois não sei se vou para algum lugar ou não.

Estaremos em época de eleições. Não tenho como deslocar pelo Brasil com a FAB. É diferente. Só posso me deslocar para eventos oficiais", disse.

"Queremos nossa total independência, liberdade de expressão, religiosa, direito de ir e vir e não aquilo que esses 2 ou 3 do TSE querem impor para todos nós", completou.

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