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Cotidiano
Presidente se emocionou e chegou a enxugar lágrimas enquanto era cumprimentado pelos participantes do encontro
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Bolsonaro | José Dias/PR/AB
Em uma das poucas agendas externas que cumpriu após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, o presidente Jair Bolsonaro (PL) chorou nesta segunda-feira (5) em cerimônia de cumprimento dos oficiais-generais das Forças Armadas.
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O evento acontece no Clube Naval de Brasília, onde, além de cumprimentar os generais, Bolsonaro foi recebido para um almoço com oficiais que foram promovidos.
O presidente se emocionou e chegou a enxugar lágrimas enquanto era cumprimentado pelos participantes do encontro.
Participaram do evento ministros militares, como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência), o ex-ministro Braga Netto e os comandantes Freire Gomes (Exército), Baptista Júnior (Aeronáutica) e Almir Garnier (Marinha).
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Durante a solenidade, Bolsonaro cumprimentou todos os generais do Alto Comando do Exército – inclusive os cinco oficiais do colegiado que têm sido alvos de bolsonaristas, acusados de serem contra um golpe militar por apoiarem Lula.
A cerimônia ocorre ainda em um momento de tensão entre as Forças Armadas por divergências sobre uma possível saída antecipada dos comandantes dos cargos.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, o Alto Comando do Exército se posicionou contra a passagem de comando antes de Lula assumir a Presidência, o que seria uma troca inédita desde a redemocratização.
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Há, nos bastidores, um movimento para convencer o comandante da FAB, Baptista Júnior, a evitar a saída antecipada da função, atitude vista como insubordinação do chefe da Aeronáutica.
Bolsonaro tem saído discretamente do isolamento a que se impôs desde o anúncio do resultado das urnas.
Aos poucos, ele tem retomado uma agenda de reuniões fora do Palácio da Alvorada, a residência oficial.
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Nesta segunda, além do evento do clube naval, ele recebeu políticos como o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, no Palácio do Planalto.
A reclusão do mandatário, as poucas palavras ditas em público no último mês e a ação golpista de seu partido, o PL, para questionar o resultado eleitoral acabaram sendo vistos como um estímulo velado a atos antidemocráticos de apoiadores em frente a quartéis.
Durante sua reclusão pós-derrota eleitoral, Bolsonaro se ocupou em acomodar aliados e a discutir temas do futuro do seu grupo político na oposição. Entre eles, a disputa para a presidência do Senado.
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Neste período de um mês após a derrota, Bolsonaro evitou discursos e declarações públicas. Falou à imprensa apenas uma vez, dois dias depois do resultado do segundo turno -quando pediu desbloqueio de rodovias por apoiadores, mas disse que outras manifestações eram bem-vindas.
Ele deixou de lado a tradição de fazer transmissões ao vivo, as chamadas lives, como vinha fazendo desde o início do mandato.
Nas redes sociais Bolsonaro reduziu suas atividades de forma geral.
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Após a derrota eleitoral, seus apoiadores mais radicalizados se concentraram nas portas de quartéis para pedir um golpe militar. Ao mesmo tempo, o PL tem sido utilizado para questionar a legitimidade das eleições, embora sem apontar nenhum indício nem prova de fraude.
A tentativa rendeu ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, investigação em inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) e uma multa contra o partido de quase R$ 23 milhões.
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