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Cotidiano
O grupo de seis mulheres loiras com mais de 60 anos aguardavam a chegada do Presidente em Los Angeles, nos EUA
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Bolsonaro | Reprodução/Facebook/Jair Bolsonaro
Um grupo de seis mulheres loiras, com mais de 60 anos de idade, esperava a chegada do presidente Jair Bolsonaro a Los Angeles, onde ele participará da Cúpula das Américas. Na esquina do hotel em que o líder brasileiro se hospedará, elas gritavam "mito" e "Bolsonaro, cadê você? Eu vim aqui só para te ver".
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Elas pertencem a um grupo chamado Bolsonaro - Vovós Poderosas de Las Vegas, formado por 12 integrantes. Metade não pode vir, mas a parte restante dirigiu até a Califórnia só para ver o presidente.
O coletivo foi criado na época da eleição de 2018 e realizou vários atos em favor do então candidato, conta Suzana Fortes, 66, uma das integrantes do grupo e há 35 anos nos EUA. "Rezamos todos os dias para que o presidente possa dar conta de seus desafios. Torcemos muito por ele."
A aposentada dizia esperar ver o presidente pessoalmente pela primeira vez. Conseguiu.
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Bolsonaro pousou em Los Angeles às 8h30, no horário local (12h30 em Brasília). Ao descer do avião, ele saudou o embaixador do Brasil nos EUA, Nestor Forster, e outras autoridades. Na sequência, às 9h20, ao chegar ao hotel, dirigiu-se ao grupo e cumprimentou as mulheres – ele deixou o local sem falar com a imprensa.
Em meio à emoção, elas se esqueceram de tirar foto com o presidente. "Apertei a mão do meu capitão. É muita emoção", disse Suzana. "As atitudes dele, a honestidade... Admiro muito a personalidade dele. As coisas vão dar certo no Brasil, mas um mandato só não é suficiente", disse Estela Cajueiro, 72. Ela diz, sem apresentar evidências, que a reeleição está garantida e que as pesquisas eleitorais são uma fraude.
O líder brasileiro viajou para participar da Cúpula das Américas, principal encontro de chefes de Estado do continente. À margem do evento, ele terá a primeira reunião bilateral com o presidente dos EUA, Joe Biden.
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A comitiva brasileira inclui Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, os ministros Carlos França (Relações Exteriores), Anderson Torres (Justiça), Marcelo Queiroga (Saúde) e Joaquim Leite (Meio Ambiente), além da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Fábio Faria, titular da pasta das Comunicações, também viria, mas desistiu após apresentar sintomas de Covid-19.
Biden aceitou se reunir com Bolsonaro como forma de convencê-lo a participar da cúpula, evento abalado pela ausência de peso do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. Ao todo, oito chefes de Estado do continente decidiram boicotar o encontro, em resposta à decisão da Casa Branca de não convidar os governos de Cuba, Nicarágua e Venezuela, consideradas ditaduras por Washington.
A conversa entre os dois presidentes, marcada para as 15h30 (19h30 em Brasília), deverá tratar de temas como proteção da Amazônia e a realização de eleições justas e transparentes, assuntos que o líder brasileiro queria evitar. Ele chegou a vetar os assuntos como condição para viajar aos EUA.
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Na véspera do encontro, no entanto, Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, disse que a reunião não terá temas proibidos e que a pauta climática será "um tema importante da conversa" para avançar "na relação entre Brasil e EUA, especialmente em ações tangíveis para proteger a Amazônia". Além disso, o tema das "eleições livres, transparentes e democráticas" também deverá ser abordado.
Na abertura oficial da Cúpula das Américas, nesta quarta, Biden ressaltou a importância de defender a democracia e os direitos humanos. "Em um momento em que a democracia está sob ataque no mundo todo, vamos nos unir de novo e renovar nossa convicção de que a democracia não é só o fator definidor da história americana, é um ingrediente essencial do futuro das Américas", afirmou o democrata.
Do lado brasileiro, há a expectativa de que a reunião sirva para avançar algumas pautas de interesse brasileiro, como a retirada de barreiras à importação do aço. Da mesma forma, haveria avanços em prioridades americanas, como o reforço no combate a redes de tráfico de pessoas e de imigração ilegal.
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O democrata, entretanto, tem sofrido pressão de ativistas e de políticos de seu partido para cobrar Bolsonaro. O pleito ganhou força após o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira enquanto produziam uma reportagem na Amazônia. O governo Bolsonaro reduziu instrumentos de fiscalização e foi acusado de aparelhamento de órgãos como o Ibama e a Funai, o que, de acordo com opositores, piorou as condições de segurança na região.
Na noite desta quinta, Biden oferecerá um jantar aos líderes estrangeiros que vieram para a cúpula. Bolsonaro deve discursar em uma das plenárias na sexta (10). O presidente brasileiro fica em Los Angeles até sexta. Em seguida, viaja para Orlando, onde inaugurará um vice-consulado do Brasil na cidade.
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