Entre em nosso grupo
2
Cotidiano
DECLARAÇÃO. 'Quero continuar presidente, não dá pra dar um golpe, não?', brinca Bolsonaro em Cúpula do Mercosul
Continua depois da publicidade
O presidente Jair Bolsonaro participou da cúpula do Mercosul, em Bento Gonçalves (RS), ontem | /LIAMARA POLLI/AM PRESS & IMAGES/FOLHAPRESS
Sem perceber que os microfones de tradução simultânea da Cúpula do Mercosul, realizada em Bento Gonçalves (RS), seguiam ligados, Jair Bolsonaro fez uma brincadeira ao passar a presidência do bloco econômico ao líder do Paraguai, Mario
Abdo Benítez.
Continua depois da publicidade
Presidente do Mercosul até esta quinta-feira, Bolsonaro entregou a Abdo Benítez o martelo que simboliza a troca de comando do grupo sul-americano. Segundo a tradição, quando a presidência temporária passa de um país para outro, o novo líder martela um pedaço de madeira.
Após o paraguaio cumprir o gesto, Bolsonaro brincou: "Quero continuar presidente, não dá pra dar um golpe, não? Tudo quando eles perdem dizem que é golpe. É impressionante, né?". Abdo Benítez riu.
Há menos de um mês, Evo Morales renunciou à Presidência da Bolívia pressionado por manifestações populares e pelas Forças Armadas. A sugestão do comando militar para que deixasse o poder foi chamado de golpe de Estado pelo líder indígena.
Continua depois da publicidade
Evo classificou da mesma forma a autoproclamação de Jeanine Añez como presidente interina do país, uma vez que a senadora assumiu o cargo a partir de uma interpretação controversa da Constituição e do regimento do Senado boliviano.
Na abertura do encontro presidencial da cúpula do Mercosul, Bolsonaro e o atual mandatário argentino, Mauricio Macri, mandaram recados ao centro-esquerdista Alberto Fernández, eleito presidente em outubro. A cerimônia de posse está marcada para a próxima
terça-feira (10).
Bolsonaro disse que o bloco "não pode perder tempo, nem podemos aceitar retrocessos ideológicos" e enfatizou a necessidade de enxugar ainda mais a estrutura do Mercosul e de reduzir a TEC (tarifa externa comum).
Continua depois da publicidade
Macri reforçou a mensagem. Indicou que os avanços de seu período à frente da Argentina, durante o qual foram assinados acordos com a União Europeia e com a EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio, na sigla em inglês), deveriam continuar.
Fernández tem críticas e quer revisar ambos os pactos. "Não se deve abandonar o que avançamos no Mercosul", afirmou Macri.
Já Abdo Benítez, a quem Bolsonaro chamou de "meu irmão paraguaio", agradeceu o brasileiro por seu "apoio quando houve uma ameaça à nossa democracia", referindo-se ao processo de impeachment contra ele, em agosto. O Planalto atuou para arrefecer o processo, como acabou acontecendo.
Continua depois da publicidade
Os líderes do Mercosul também discutiram a crise na Bolívia. A voz dissonante veio do Uruguai, por meio da vice-presidente Lucía Topolansky, que definiu a crise no país andino como "um rompimento institucional".
(FP)
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade