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Cotidiano
Presidente disse que Jair Renan está longe 'há muito tempo' por viver com a mãe
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Jair Bolsonaro (PL) | Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (13) que o filho Jair Renan vive com a mãe, está longe "há muito tempo" e não sabe se ele está certo ou errado diante das investigações.
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Quarto filho do mandatário, de seu segundo casamento, ele é alvo de inquérito do Ministério Público Federal sob suspeitas de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, desde março do ano passado.
"O moleque tem 24 anos agora, acho que ninguém [aqui] conhece ele, vive com a mãe, há muito tempo está longe de mim, Mas recebo ele de vez em quando aqui. Tem a vida dele, não sei se está certo ou se está errado, mas peço a Deus que o proteja", disse Bolsonaro, em um café da manhã com pastores da Assembleia de Deus no Palácio da Alvorada.
O presidente mencionou o caso filho ao se queixar de perseguição à família e relembrou o fato de a avó da primeira-dama, Michelle, ter sido presa por tráfico de drogas, o que ele disse ter ficado sabendo pela imprensa.
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Nos bastidores, há relatos de uma relação turbulenta entre Jair Renan e a primeira-dama.
Ainda que tenha tentado deixar claro seu distanciamento do filho, Bolsonaro minimizou o caso em apuração e citou que o pedido de abertura do inquérito ao MPF foi feito por deputados da oposição.
"A gente apanha o tempo todo", disse. "Pega uma ida dele [Jair Renan] ao ministério, daí tinha um grupo lá de pessoas tentando vender, vender é jeito de falar, projeto de novos tipos de carros popular. E daí foi suficiente para falar em tráfico de influência", completou.
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O caso em apuração pela PF começa com a doação de um carro elétrico, avaliado em R$ 90 mil, por empresas do Espírito Santo a um projeto parceiro da empresa de Renan, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.
A Bolsonaro Jr e o projeto MOB, de propriedade do ex-personal trainer de Renan, Allan Lucena, inauguraram em outubro de 2020 o empreendimento Camarote 311, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O veículo foi doado pelos grupos WK, de propriedade de Wellington Leite, e Gramazini Granitos e Mármores Thomazini. Ambos tiveram suas logomarcas impressas na decoração da parede de entrada do escritório de Renan, junto com outras empresas que apoiaram a iniciativa empresarial.
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Representantes da Gramazini Granitos também conseguiram um encontro com uma autoridade do governo federal. Foram recebidos pelo então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, no dia 13 de novembro de 2020, reunião agendada pelo assessor especial da Presidência Joel Fonseca.
Na ocasião, foi apresentado a Marinho ministro um projeto de casas populares desenvolvido em parceria com o WK. O filho de Bolsonaro participou do encontro.
Na semana passada, Jair Renan prestou depoimento de cinco horas à PF. Antes, ele concedeu entrevista ao SBT, em que disse estar revoltado e negou as acusações.
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"Eu me sinto revoltado com tudo isso que tá acontecendo. Nunca recebi nenhum cargo, nenhum dinheiro, nunca fiz lavagem de dinheiro, e estão tentando me incriminar numa coisa que não fiz", afirmou.
A respeito da reunião com empresários no ministério, o advogado do filho do presidente, Fred Wassef, disse que ele "entrou mudo e saiu calado", e que não promoveu a reunião.
"Se eventuais pessoas desejaram ou quiseram usar o seu nome e falam coisas que não existem, não cabe a nós fazer nada", afirmou a jornalistas quando ele foi à PF.
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Mãe de Jair Renan, Ana Cristina Valle também é investigada, mas por "rachadinha" no Rio de Janeiro. Suspeita de operar do esquema no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, ela teve sigilo bancário e fiscal quebrado em agosto do ano passado.
As relações familiares vão além da segunda esposa de Bolsonaro: ela teve dez familiares empregados no antigo gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Bolsonaro e Ana Cristina se divorciaram em junho de 2008, após divórcio litigioso com acusação de furto e relato de patrimônio não-declarado do casal a partir de outubro de 2007.
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