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Cotidiano
Lideranças sindicais afirmam, no entanto, que o protesto acabou esvaziado porque os servidores da Caixa ficaram com receio de participar
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O presidente da Caixa, Pedro Guimarães | Antonio Cruz/Agência Brasil
Bancários fizeram um ato em frente à sede da Caixa Econômica Federal, em Brasília, nesta quarta-feira (28) pedindo a saída de Pedro Guimarães da presidência do banco após as denúncias de assédio sexual.
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Lideranças sindicais afirmam, no entanto, que o protesto acabou esvaziado porque os servidores da Caixa ficaram com receio de participar.
"Ontem, nós estivemos aqui lançando a campanha nacional [salarial] dos bancários e hoje o fluxo diminuiu bastante, o que me leva a crer que a pressão dentro do prédio está muito maior e as pessoas estão com medo de se aproximar", disse Maria Gaia, diretora da Federação dos Bancários do Centro-Norte.
Bancárias e deputadas federais que participaram da mobilização colocaram uma fita na boca com a palavra "assediadas" e gritaram "Fora Guimarães".
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A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) distribuiu rosas para as funcionárias do banco.
O presidente da federação, Sérgio Takemoto, afirmou que o objetivo era manifestar solidariedade às mulheres e encorajá-las a denunciar os episódios de assédio.
"A questão do assédio moral e do assédio sexual infelizmente é a tônica dessa gestão. Estamos aqui para prestar solidariedade às mulheres que denunciaram esse comportamento absurdo do presidente da nossa empresa."
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Um levantamento feito pela Fenae mostrou que seis em cada dez funcionários da Caixa já sofreram assédio moral. A pesquisa, divulgada em fevereiro, ouviu 1.704 servidores da gestão Pedro Guimarães.
6% dos funcionários, segundo a mesmo levantamento, estavam afastados do trabalho por licença médica: 33% por depressão, 26% por ansiedade, 13% por Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.
Durante o protesto desta quarta, bancários classificaram a gestão de Guimarães como "adoecedora" e afirmaram que os relatos de assédio moral são comuns.
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Pedro Guimarães ignorou as denúncias e levou a esposa para um evento fechado do banco sobre o Plano Safra nesta quarta. A cerimônia foi no prédio da Caixa Cultural, em frente à sede -onde ocorreu o protesto.
Guimarães agradeceu a presença da mulher, Manuella Pinheiro Guimarães, mencionou os filhos e disse ter uma vida pautada pela ética. Ao final, exibiu o crachá da empresa.
As denúncias de assédio contra o presidente da Caixa Econômica Federal foram reveladas nesta terça-feira (28) pelo portal Metrópoles.
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Uma funcionária do banco, que pediu para ter o nome preservado por receio de retaliação, afirmou à Folha que ficou em choque depois que Guimarães a puxou pelo pescoço e disse que "estava com muita vontade" dela
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