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Cotidiano
Movimento não era previsto por especialistas, que seguem otimistas para o segundo semestre
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O relatório que aponta queda superior de 10% nas vendas de imóveis na Região Metropolitana da Baixada Santista também aponta aumento de 20% das locações | Nair Bueno/DL
As vendas de imóveis usados fecharam o primeiro semestre de 2022 em uma queda na Baixada Santista. Em um momento inesperado por especialistas da área, o ocorrido se deve, de acordo com eles, à alta inesperada da taxa Selic, mas com boa expectativa para o segundo semestre após números positivos registrados em junho.
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Os números foram fechados no último mês de junho pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo, que realizou pesquisa com 80 imobiliárias e corretores da região da Baixada Santista, com o intuito de mensurar o andamento dos negócios nessa região. Na comparação entre junho e maio, as vendas de casas e apartamentos na Baixada Santista subiram 22%, mas o acumulado do semestre ficou em -10,13%.
"Não era algo previsto. Para nós foi uma surpresa porque nós não tínhamos uma previsão de aumento na taxa de juros da taxa Selic como acabou acontecendo. Nós imaginávamos que ia terminar o trimestre com números positivos, mas a influência da Selic e das altas taxas de juros, somadas à inflação, resultaram nesse resultado negativo", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP, Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo.
“A região metropolitana da Baixada é uma região tradicionalmente de uma economia forte, Santos principalmente, mas mesmo assim nós não conseguimos evoluir. O problema todo está relacionado a isso, inflação e taxas de juros no momento que prejudica a sociedade como um todo, não só o setor imobiliário”, complementa.
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O relatório que aponta queda superior de 10% nas vendas de imóveis na Região Metropolitana da Baixada Santista também aponta aumento de 20% das locações, mas Viana não crê em uma mudança de interesse por parte do público.
“Não se trata de uma troca de casa própria pela locação. A locação está mais forte e terminou o semestre com número positivo porque nós tivemos muitas pessoas que foram para o home office e com isso desejaram o imóvel um pouco maior, então a locação fica fácil, a pessoa muda daqui e vai para lá. Outro fenômeno que também implicou no aumento das locações foi o aumento excessivo do IGPM, que fez muita gente entregar o imóvel por não conseguir pagar o novo valor com o reajuste. Então teve que entregar aquele imóvel e alugar um outro. Isso daí é tudo movimento de locação e influi no crescimento da pesquisa, mas não é um índice positivo para a sociedade. Muitas vezes isso aí pode nos levar a enganos”.
Apesar da diminuição nos números de vendas, o presidente do CRECISP destaca que isso não significa que os preços vão cair.
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“Infelizmente não e eu digo infelizmente até pensando na cidade de Santos, porque a Santos do pré-sal teve uma valorização muito grande. Mesmo depois que acabou a febre do pré-sal, os preços em Santos continuaram altos e subindo. Você vê que tem lançamentos nos mesmos valores da Capital e o mercado imobiliário tem uma tendência de ter um valor sempre um pouco acima do da inflação. Então, eu acho que a valorização continua acontecendo e com a inflação alta como está os imóveis vão estar sempre aumentando um pouco, com certeza”, afirma Viana.
Apesar de todos estes números que surpreenderam de forma negativa, o presidente do Conselho crê que os números de junho podem ser um sinal de que o movimento do mercado imobiliário pode voltar a ‘positivar’ com o segundo semestre.
“No mês de junho a pesquisa do CRECI mostra que nós tivemos um aumento significativo nas vendas, foi um aumento de 22% e daí é um fato muito positivo porque os bancos pararam de acompanhar os aumentos sucessivos da SELIC. Os negócios irão sim melhorar, essa é a nossa visão. Com certeza absoluta nós vamos chegar no fim do ano, vamos conversar de novo e veremos que os números vão ser positivos. Tenho certeza”, finaliza.
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