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Cotidiano

Após voto na ONU por fim de guerra, legião aprova voluntários brasileiros

No último sábado (19), um ex-militar gravou a conversa com o responsável pelo recrutamento de estrangeiros, que relacionou veto à postura do presidente Jair Bolsonaro (PL)

Maria Eduarda Guimarães

25/03/2022 às 22:10  atualizado em 26/03/2022 às 06:22

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ONU

ONU | Mat Reding/Unsplash

Após o voto do Brasil, nesta última quinta-feira (24), na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) a favor do pedido para o "fim imediato" da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia voltou a aprovar o recrutamento de voluntários brasileiros que queiram lutar.

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No último sábado (19), um ex-militar gravou a conversa com o responsável pelo recrutamento de estrangeiros, que relacionou o veto à postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme mensagem obtida pelo UOL. Um email atribuído à legião informou a recusa ao alistamento de voluntários de toda a América Latina, África e outros 21 países.

A reportagem entrou em contato com a legião, que se limitou a responder que "não estava autorizada a comentar" o caso. O endereço do email é o mesmo que consta no site oficial da Embaixada da Ucrânia na Polônia no espaço destinado ao recrutamento de voluntários. Procurado, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) não se posicionou.

"Fui dormir feliz da vida porque já estão aceitando brasileiros de novo. Agora, é só me preparar para a viagem", disse em conversa com o UOL o ex-militar mineiro Fábio Júnior de Oliveira, 42, o mesmo que tem se correspondido com a legião para acertar detalhes do alistamento.

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Ele participa de um grupo formado por mais de 30 voluntários brasileiros, que pretende embarcar em direção à Ucrânia entre 30 de março e 5 de abril.

Ex-integrante das Forças Armadas, o capixaba Bruno Bastos, 36, que faz parte do mesmo grupo de voluntários, também recebeu email com a confirmação da inscrição, enviado às 9h30 desta sexta-feira (25).

"A sua ficha de inscrição foi aprovada e processada. A sua candidatura atende aos requisitos necessários para se alistar à Legião Internacional", diz o texto em inglês.

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O ex-militar Danilo Trevisan, 25, que trabalha como auxiliar administrativo em Bauru (SP), também teve sua ficha de cadastro aprovada e se mobiliza para viajar. "Agora, só consigo pensar em ajudar ucranianos no campo de batalha", disse.

Em meio ao grupo, Agnaldo Benedetti, 55, foi reprovado, já que a legião aceita somente voluntários com idade até 45 anos. Contudo, ele irá recorrer da decisão para se alistar. "Estou feliz pelos meus companheiros, e vou voltar a preencher o formulário pedindo para me aceitarem".

A mensagem atribuída à legião enumera pré-requisitos para poder se alistar: como idade entre 22 e 45 anos, experiência militar, conhecimento básico do idioma inglês, passaporte regular para cruzar a fronteira para a Ucrânia e não ter antecedentes criminais.

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"Em um futuro próximo, você irá receber novas instruções. Somos gratos pelo seu desejo de ajudar o povo ucraniano na luta contra os russos", completa o texto da legião.

Os ex-militares brasileiros atribuem o veto inicial aos brasileiros ao silêncio de Bolsonaro após Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores da Rússia, incluir o Brasil na lista de países que "não dançarão ao som dos Estados Unidos".

O presidente brasileiro tem evitado criticar a Rússia. Antes da invasão, ele visitou o presidente russo Vladimir Putin e expressou solidariedade ao país, que já fazia ações militares na fronteira com a Ucrânia. Após a deflagração da guerra, porém, o governo do Brasil votou a favor da resolução da ONU que condena o ataque da Rússia.

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