Após três dias foragido motorista do Porsche se entrega à polícia

Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche que matou Ornaldo da Silva Viana e feriu gravemente Marcus Vinicius Machado Rocha, se entregou nesta segunda-feira (6) à polícia na 5ª Seccional, em São Paulo.

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O empresário estava foragido desde o último sábado (4), após ter sua prisão preventiva decretada pela Justiça. 

Após se submeter ao exame de corpo de delito, Fernando passará a noite preso no 31º Distrito Policial, na Vila Carrão.

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Sua defesa realizou um pedido de habeas corpus, no último domingo (5), antes de seu cliente ser preso. Agora que está encarcerado, a solicitação será analisada e a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deve sair nesta terça-feira (7).

4 vezes indiciado

Fernando Sastre foi indiciado quatro vezes pelo Ministério Público, que pedia pela prisão preventiva por homicídio doloso e lesão corporal gravíssima.

Após três pedidos negados, a promotora Monique Ratton, do MP, utilizou recurso de revisão do pedido. Segundo o órgão, “existe por parte do acusado ato de influência no depoimento de testemunha, constatado após a disponibilização das gravações das imagens policiais”.

No terceiro pedido, a Justiça não aprovou a proposta de prisão preventiva de Fernando, mas o tornou réu.

O acidente

Fernando, Marcus e suas namoradas foram jantar em um restaurante em São Paulo, onde consumiram oito drinks de uísque com licor e uma caipirinha, segundo investigação.

O segundo destino seria uma casa de pôquer, onde ficaram por mais umas horas. Já na saída do estabelecimento imagens gravaram Fernando e sua namorada discutindo. No final, ela entrou no carro da namorada de Marcus, enquanto Fernando entrou no Porsche e foi acompanhado por seu amigo.

Momentos depois da gravação, o carro luxo atingiu a traseira de um Sandero a 114,8 km/h na avenida Salim Farah Maluf, em São Paulo, no dia 31 de março.

O acidente matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana e feriu gravemente Marcus Vinicius Machado Rocha. O amigo, que recentemente recebeu alta do Hospital São Luís – Anália, teve que retirar o baço e colocar drenos nos pulmões.

Atendimento à ocorrência

Após a batida, Fernando foi abordado por dois policiais militares, que perguntaram os dados do empresário e, logo depois, o liberaram sem realizar o teste do bafômetro.

A conversa foi gravada pelas câmeras corporais dos agentes, confira trecho.

PM: "Conta pra mim o que aconteceu, Fernando?"
Fernando: "Eu estava com o Marcus, a gente estava voltando para casa e aí aconteceu um acidente horrível, foi isso".    
PM - "Lê o que você me disse e ver se é isso mesmo para você assinar."
Fernando - "É isso."
PM - "Tá. Você vai assinar com o seu dedo aqui, ó".
Daniela - "Pode ir agora?"
PM - "Pode, pode ir lá."
Daniela - "Muito obrigada."
PM - "Nada."

Daniela Cristina de Medeiros Andrade, mãe de Fernando, esteve presente na abordagem policial e a todo momento tentava tirar o filho do local para “levá-lo ao Pronto Socorro”, segundo informações do "G1".

PM - “A senhora vai levar ele pra qual hospital? ”
Daniela – “São Luiz. Pro São Luiz. ”
PM – “Pode ir lá. ”

As autoridades confiaram que o empresário seria levado ao PS, mas, em vez de ir ao hospital, Fernando foi para sua casa. No dia seguinte, horas depois do incidente, ele se apresentou no 30º Distrito Policial – Tatuapé.

A mãe foi indiciada e considerada coautora na fuga do local do crime.

As câmeras registraram uma conversa entre um bombeiro e um PM, em que ambos concordam que Fernando estava sob efeito de bebidas alcoólicas, mas não fazem nada a respeito. Confira.

Bombeiro - "Estavam um pouco etilizados esses caras, né?".
PM - "Sim, Sim".

Velocidade

Segundo laudo da Polícia Técnico-Científica, Fernando dirigia a 156,4 km/h na avenida Salim Farah Maluf, que tem limite de velocidade de 50 km/h. No momento da batida, o empresário trafegava a 114,8 km/h.

*Texto sob supervisão de Diogo Mesquita