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Cotidiano
Fala vem um dia após seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, cobrá-lo por sua posição de neutralidade no conflito
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Presidente Jair Bolsonaro | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta (20) que está do "lado da paz" no que diz respeito à Guerra da Ucrânia. A fala vem um dia após seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelenski, cobrá-lo por sua posição de neutralidade no conflito.
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"Eu tô do lado da paz", disse Bolsonaro a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada.
Em seguida, voltou a dizer que, se tivesse como resolver a guerra que se desenrola no Leste Europeu, já teria resolvido.
O mandatário comentava que, se dependesse do seu entorno, não teria ido para a Rússia, às vésperas da invasão da Ucrânia, falar sobre a questão dos fertilizantes. O Brasil importa a maior parte dos fertilizantes que utiliza, e Moscou é um dos principais exportadores -a soja é a principal cultura consumidora de fertilizantes.
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O timing da visita foi mal recebido por parceiros diplomáticos como os EUA, que tentaram dissuadir o governo brasileiro da viagem por acreditarem que a ida poderia representar apoio às ações do líder russo, Vladimir Putin.
Em entrevista à TV Globo na noite de terça (19), o presidente da Ucrânia criticou diretamente a postura de Bolsonaro a respeito do conflito. "Não apoio a posição dele de neutralidade; não acredito que alguém possa se manter neutro quando há uma guerra no mundo."
Apesar do posicionamento de neutralidade de Bolsonaro, o Brasil foi crítico a Moscou em fóruns internacionais, como a ONU, desde o começo da guerra, iniciada em 24 de fevereiro. O país condenou a ação do Kremlin em resoluções da Assembleia-Geral e do Conselho de Segurança - ainda que tenha se abstido na votação que suspendeu a Rússia do Conselho de Direitos Humanos.
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"Vamos pensar na Segunda Guerra. Muitos líderes ficaram neutros no começo", disse Zelenski. "Isso permitiu que os fascistas engolissem metade da Europa e se expandissem mais e mais, capturando toda a Europa. Isso aconteceu devido à neutralidade. Ninguém pode ficar no meio do caminho."
Bolsonaro não mencionou aos apoiadores informações sobre a conversa por telefone que teve com Zelenski na última segunda (18). Na véspera, a jornalistas, o presidente disse que apresentaria a solução para o fim do conflito e fez uma referência à Guerra das Malvinas, que completou 40 anos em abril e teve fim quando as forças argentinas se renderam aos britânicos. Não ficou claro se a rendição era a sugestão que o presidente brasileiro faria a seu homólogo ucraniano.
Zelenski, por sua vez, disse ter reforçado a Bolsonaro a importância das negociações para destravar a exportações de grãos do país de forma a, nas palavras dele, "prevenir a crise global de alimentos provocada pela Rússia".
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Em um tuíte, o ucraniano disse ter informado Bolsonaro sobre a situação no front. "Convoco todos os nossos parceiros para que se juntem às sanções contra o agressor", escreveu.
Esta foi a primeira vez que os dois líderes se falaram desde o começo da guerra - Bolsonaro esteve com Vladimir Putin em Moscou dias antes da invasão à Ucrânia e teve ao menos um telefonema com o russo. O presidente brasileiro e o Itamaraty já fizeram críticas à estratégia de sanções adotada pelo Ocidente para isolar o Kremlin.
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