A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 20 Setembro 2024

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Após reunião com Bolsonaro, WhatsApp confirma megagrupos só depois da eleição

Presidente queria forçar app a iniciar o uso da ferramenta antes das eleições, com o objetivo de utilizá-la em sua campanha à reeleição

Folhapress

27/04/2022 às 14:23  atualizado em 27/04/2022 às 14:44

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
O presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu nesta quarta-feira (27) com representantes do WhatsApp no Brasil.

Continua depois da publicidade

Após o encontro, tanto o WhatsApp como o ministro Fábio Faria (Comunicações) confirmaram que o lançamento da nova ferramenta do aplicativo que permite grupos com milhares de pessoas somente ocorrerá após as eleições de outubro.

Na prática, o resultado da reunião significa uma derrota do presidente, que queria forçar o WhatsApp a iniciar o uso da ferramenta antes das eleições, com o objetivo de utilizá-la em sua campanha à reeleição.

Segundo relatos obtidos pela reportagem, a reunião durou cerca de uma hora e começou com o presidente insistindo para que a estreia fosse antecipada.

Continua depois da publicidade

Ao final, Bolsonaro teria concordado com os argumentos dos representantes do WhatsApp e com as ponderações do ministro. Participaram do encontro com o governo o diretor de políticas públicas do WhatsApp no Brasil, Dario Durigan, e outros três representantes da empresa no país.

Nesta quarta, após a reunião, tanto o WhatsApp como o ministro negaram que esse prazo de início tenha relação com algum tipo de acordo entre a empresa e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Dizem que a decisão sobre a ferramenta "comunidades" é global e por questões de mercado.

"Totalmente comercial. As decisões que tomaram foi em cima disso, nada a ver com eleições", afirmou o ministro. "De acordo com o calendário já divulgado, a implementação da funcionalidade no Brasil ocorrerá somente após o período eleitoral", disse o WhatsApp em nota.

Continua depois da publicidade

Segundo a reportagem apurou, o lançamento global da ferramenta deve ocorrer em setembro, um mês antes das eleições no Brasil.

Bolsonaro aposta nas redes sociais e em aplicativos de mensagem para promover a sua candidatura à reeleição a presidente. Ele tem desacreditado o sistema eleitoral e dito que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE querem limitar a atuação das redes e de seus apoiadores.

Bolsonaro declarou no último dia 16 que iria propor uma reunião com o comando do WhatsApp no Brasil para discutir com a plataforma os termos do acordo deles com o TSE sobre a nova ferramenta.

Continua depois da publicidade

"Se eles [do WhatsApp] podem fazer um acordo desses com o TSE, podem fazer comigo também, por que não? Pode fazer com você, pode fazer com qualquer um. No Brasil, ou um produto está aberto a todo mundo ou tem restrição para todo mundo", disse Bolsonaro no último dia 16.

Um dia antes, havia feito ataques e ameaças.

"E já adianto que isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade no Brasil, isso é inadmissível e inaceitável", disse em meio a uma motociata no interior de São Paulo.

Continua depois da publicidade

"Não vai ser cumprido esse acordo que porventura eles realmente tenham feito com o Brasil com informações que eu tenho até esse momento."

O WhatsApp anunciou em estágio experimental o novo recurso. Na prática, trata-se de um grande grupo de grupos, que pode ter milhares de membros, com toda a comunicação criptografada.

Hoje, cada grupo de WhatsApp tem, no máximo, 256 integrantes. O recurso estará em teste com alguns usuários nos próximos meses.

Continua depois da publicidade

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Will Cathcart, presidente global do WhatsApp, disse não temer que o "comunidades" signifique um retrocesso na luta contra a desinformação.

O WhatsApp se comprometeu com o TSE a não estrear as "comunidades" no Brasil antes do eventual segundo turno da eleição presidencial, marcado para 30 de outubro. A empresa, porém, não promete segurar o lançamento das comunidades entre o segundo turno e a posse presidencial no Brasil.

Nos Estados Unidos, na eleição presidencial de 2020, grande parte da desinformação que culminou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro circulou após a votação, principalmente pelo YouTube. No Brasil, o WhatsApp foi o principal veículo de desinformação política na eleição de 2018.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados