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Cotidiano

Após gafe bolsonarista em Aparecida, PT vê acerto em Lula evitar eventos religiosos

A confusão com bolsonaristas em Aparecida foi aproveitada por Lula, que provocou Bolsonaro durante a caminhada em Salvador no fim da tarde do feriado

Leonardo Sandre

13/10/2022 às 12:46  atualizado em 13/10/2022 às 12:59

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O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo

O PT vê como acertada a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não ter participado presencialmente de grandes festas religiosas nesta semana - o Círio de Nazaré (PA), e o Dia de Nossa Senhora Aparecida (SP). Na avaliação do partido, a imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve esteve nas duas celebrações, foi prejudicada.

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Bolsonaro foi ao Círio no final de semana, e à missa em Aparecida na quarta (12), enquanto Lula fez campanhas em outros estados -e não deixou de provocar o adversário pela repercussão negativa. Para o PT, com confusões envolvendo bolsonaristas no santuário de Aparecida (a 180 km de SP), a campanha se saiu bem ao não misturar os temas.

Católico, Lula começou a campanha evitando falar sobre religião: chegou a dizer que não pretendia usar a fé como "arma eleitoral" e preferia convencer o eleitor cristão com pautas de economia. Mas pouco antes do primeiro turno o tom mudou.

A campanha começou a entender que o tema não poderia ser simplesmente ignorado e que, ao evitar o assunto, parecia que estava fugindo dele - ou que teria problema com a igreja (assunto explorado por apoiadores de Bolsonaro). Internamente, Lula argumentava que em outras campanhas não precisou tratar disso, mas foi convencido pelos aliados.

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O assunto passou a ser parte de seus discursos, postagens nas redes sociais e, às vésperas do primeiro turno, participou de um evento para evangélicos na Baixada Fluminense.

Para inaugurar a campanha de segundo turno, reuniu-se com frades franciscanos em São Paulo e falou sobre liberdade religiosa no primeiro programa de TV.

Ainda assim, o ex-presidente bateu o pé e, segundo interlocutores do petista, por decisão pessoal, não foi ao Círio de Nazaré, mesmo convidado pelo governador reeleito Helder Barbalho (MDB), nem a Aparecida. No Pará, foi representado pela esposa, Rosângela Silva, a Janja.

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A justificativa dada pela campanha é que de não querer que o candidato "misture religião e política" -há ainda percepção de parte dos aliados de que entrar de cabeça no tema é "jogar no campo do Bolsonaro", o que pode significar riscos.

Seja qual for o motivo, aliados do petista comemoraram na quarta o fato de ele estar fazendo caminhadas no Rio de Janeiro e em Salvador longe da grande celebração católica em Aparecida.

Visita de Bolsonaro a Aparecida

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Bolsonaro foi ao Santuário Nacional na quarta para assistir a uma missa. Durante a celebração, o presidente não comungou, diferentemente de ministros que o acompanhavam na comitiva.

Sua chegada foi recebida por aplausos e vaias, e o padre que conduzia a missa teve de pedir silêncio. Sem a presença do presidente, mais cedo, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, afirmou aos fiéis que "é preciso vencer os dragões do ódio e da mentira".

No entrono da basílica, apoiadores do presidente hostilizaram jornalistas -as imagens viralizaram nas redes sociais, em meio a críticas ao presidente, que já havia sido alvo de ataques depois escrever Círio com "S" em um post.

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Na terça (11), a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), principal entidade da igreja no país, já havia divulgado uma nota em que criticou "a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos no segundo turno", sem citar nomes.

A confusão com bolsonaristas em Aparecida foi aproveitada por Lula, que provocou Bolsonaro durante a caminhada em Salvador no fim da tarde, quando a repercussão negativa já circulava pela internet.. Ele afirmou que o presidente "usa o nome de Deus em vão" e que "não foi convidado" ao Círio de Nazaré pela Igreja.

"Ele [Bolsonaro] foi escorraçado lá do Círio de Nazaré, tentou fazer política na procissão onde não foi convidado, e hoje arrumou briga em Aparecida do Norte, onde também foi sem ser convidado, tentando tirar proveito de religião", disse Lula, na quarta, durante ato em Salvador.

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Na avaliação da campanha, Lula poderia não ter cometido a gafe de Bolsonaro ou gerado tumulto às portas da igreja, mas tampouco teria saído com saldo positivo dos eventos. O objetivo da campanha é seguir introduzindo o assunto aos poucos, e evitar eventos religioso.

Nas redes sociais há postagens que lembram que ele é católico e desmentem fake news sobre o tema. Lula também aborda a liberdade religiosa em discursos e o tema do programa de quarta foi uma mistura de Dia das Crianças com o feriado de Nossa Senhora Aparecida.

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