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Cotidiano

Após explosão de casos, Covid dá sinais de desaceleração na capital paulista

Nesta quinta, a cidade de São Paulo registrou 292 novos casos da doença e média móvel de 1.265

27/01/2022 às 19:38

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Movimentação de pessoas em São Paulo

Movimentação de pessoas em São Paulo | bruno_rocha_fotoarenafolhapres

Ainda em situação de alarme após a recente explosão de casos de Covid, provocada pela variante ômicron, a cidade de São Paulo começa a registrar os primeiros sinais de arrefecimento da onda, com estabilização do número de internações e queda de novos casos. 

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Existem indícios de desaceleração na capital, porém o interior ainda vive uma explosão de casos. 

Quando observados os dados de todo o estado, incluindo os da capital, o cenário é de aumento da quantidade de hospitalizações e de registro de novos casos. 

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Para especialistas, a diferença pode ser explicada pelo fato de a capital paulista ter sido a primeira cidade a receber a variante do novo coronavírus, que só depois se espalhou para municípios do interior. 

Por ter alto poder de transmissão, o curso da ômicron em outros países, como Reino Unido e África da Sul, já indicava que a variante causa um pico de onda muito maior e mais ágil do que as cepas anteriores, mas de menor duração. 

Nesta quinta (26), a cidade de São Paulo registrou 292 novos casos da doença e média móvel de 1.265. Em 10 de janeiro, o município contabilizou 10.570 novos casos e média móvel de 7.534 –os maiores índices de toda a pandemia.

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O estado de São Paulo, no entanto, ainda vê um grande aumento de casos. Só nesta quinta (26), foram registrados 13.184. A média móvel atingiu 9.797 –a maior desde 18 de julho de 2021–, quase o dobro da média móvel da semana anterior, de 5.781. 

"Como a ômicron é transmitida muito rápido, é provável que a gente veja essa nova onda em ritmos diferentes dentro do país e até mesmo dentro dos estados. Ela chegou primeiro à capital paulista, infectou muita gente e agora já não encontra mais pessoas suscetíveis à infecção", diz o pesquisador da Fiocruz Leonardo Bastos, membro do Observatório Covid-19 BR e especialista em modelagem estatística de doenças infecciosas. 

Os especialistas, no entanto, são cautelosos ao avaliar os dados de internações, que sugerem estabilidade na capital. Pessoas que foram infectadas demoram a apresentar complicações. 

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Nesta quinta, a capital tinha 383 pessoas internadas em leitos de UTI para Covid, menos do que no dia anterior. A taxa de ocupação também teve queda em relação aos cinco dias anteriores, mas a redução se deve à abertura de novos leitos pela prefeitura. 

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, foram abertos 1.278 novos leitos, sendo 712 de enfermaria e 566 de UTI. "Caso seja necessário, mais leitos serão ativos para o tratamento dos munícipes diagnosticados com Covid-19", disse a pasta em nota. 

No estado, o número de pessoas internadas segue em crescimento. Nesta quinta, 3.633 leitos de UTI Covid estavam ocupados. A taxa de ocupação, mesmo com a abertura de novos leitos, era de 68,67%. Sete dias antes, era de 54,3%. 

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"Assim como nas outras ondas, cidades que são as principais portas de entrada do país vivem primeiro a explosão de casos. Embora haja indícios de desaceleração na capital, o número de contágios é ainda muito alto e o efeito ainda pode ser muito grande com complicações e mortes de quem foi infectado", diz Wallace Casaca, coordenador da plataforma Info Tracker. 

Ele ressalta que os efeitos podem ser ainda mais graves em regiões com menor disponibilidade de leitos, como é o caso das diretorias regionais de saúde de Taubaté e de São José do Rio Preto, que, nesta quinta, já tinham 79,8% e 75,9% dos leitos de UTI ocupados, respectivamente. 

Os especialistas afirmam ainda que a queda de casos de Covid na capital pode ser resultado da falta de testes disponíveis, o que esconde principalmente os casos assintomáticos. Nas últimas semanas, laboratórios, farmácias e até hospitais da capital tiveram falta de testes para população. 

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Diante do cenário incerto, os especialistas dizem ser preocupante a ausência de medidas de restrição para diminuir as taxas de contágio. 

"Em nenhuma esfera está sendo adotada qualquer medida para diminuir esse avanço, seja no governo federal, estadual ou municipal. Há uma ação generalizada do poder público e o que estamos vendo é chocante: pessoas que não conseguem se testar, leitos de hospital se esgotando, atendimentos de síndrome gripal demorando horas. Há muitos indícios de que a situação é pior do que os dados nos mostram", diz Casaca. 

Procuradas, nem a Secretaria de Estado da Saúde nem a municipal responderam, até a publicação desta reportagem, se pretendem adotar medidas de restrição.

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