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Cotidiano

Apontado como assassino de Marielle, Ronnie Lessa firma acordo de delação

Caso corre em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e a colaboração ainda precisa ser homologada pela corte

Gabriel Fernandes

23/01/2024 às 21:13

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Marielle Franco

Marielle Franco | Renan Olaz - Câmara municipal do RJ

O ex-policial militar Ronnie Lessa fechou um acordo de delação premiada no inquérito que investiga a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O caso corre em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e a colaboração ainda precisa ser homologada pela corte.

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A informação da delação de Lessa foi dada pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo, e confirmada pela reportagem.

No STJ, a delação ficará a cargo do ministro Raul Araújo.

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Marielle e Anderson foram mortos em 14 de março de 2018 no Estácio, centro do Rio de Janeiro, após o carro em que estavam ser atacado a tiros. Um ano após o crime, Lessa e Élcio de Queiroz, que também é ex-policial, foram presos. O primeiro foi acusado de ser o autor dos disparos, enquanto o segundo, de dirigir o veículo usado no assassinato.

A delação de Lessa é a segunda a ser feita para chegar ao mandante do crime. Em julho do ano passado, Queiroz firmou um acordo de colaboração, confessou sua participação no crime e deu detalhes sobre a noite em que a vereadora foi morta.

A delação que Queiroz fez o caso avançar após cinco anos sem respostas sobre quem mandou matar Marielle. Após o depoimento do ex-PM, o investigadores chegaram a novas suspeitas de envolvimento de Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Estado do Rio).

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Como as investigações sobre o caso apontaram o suposto envolvimento de Brazão, que tem foro privilegiado, o inquérito foi enviado ao STJ em outubro do ano passado. A reportagem tentou contato com a defesa do conselheiro, mas, até o momento, não obteve retorno. Em outras ocasiões, o ex-deputado sempre negou qualquer ligação com o crime.

Segundo o site Intercept, na nova delação, Lessa apontou Brazão como um dos mandantes da morte da vereadora.

O ex-deputado já havia sido citado em investigações passadas sobre o caso. Em 2019, um relatório da PGR (Procuradoria Geral da República) pediu para que o conselheiro fosse investigado como possível mandante do crime. Ele também foi denunciado por tentar atrapalhar as investigações.

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Os investigadores ainda não conseguiram esclarecer de forma definitiva os motivos que teriam levado o Brazão a mandar matar a vereadora.

Para que a delação de Lessa seja homologada, é preciso que o que foi dito por ele seja provado pelos investigadores do caso. O acordo de colaboração foi negociado no final do ano passado.

Procurado, o advogado de Lessa, Bruno Castro, disse desconhecer sobre a delação do cliente e afirmou que deixará o caso assim que for informado do acordo de colaboração.

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"Por ideologia jurídica não atuamos para delatores", afirmou.

A viúva de Marielle, a vereadora Monica Benicio (PSOL-RJ), se manifestou nas redes sociais sobre a delação de Lessa. Ele afirmou que vê com preocupações o vazamento de informações que possam comprometer o andamento do caso.

"Aguardamos com esperança que a delação de Ronnie Lessa apresente de fato novos elementos probatórios que representem um avanço significativo na busca por justiça. No entanto, é necessário ressaltar que, até o momento, não houve atualizações oficiais por parte das autoridades envolvidas, e a delação ainda precisa ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça para confirmar sua validade", disse.

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ESTRATÉGIA DA PF

Há uma avaliação dentro da Polícia Federal, que hoje toca as investigações, de que o caso Marielle só será concluído com os depoimentos dos envolvidos. A justificativa para isso é que, como já se passaram quase seis anos do assassinato, muitas das provas não existem mais.

Em um relatório feito após a colaboração de Queiroz, a PF citou falta de registros telefônicos dos suspeitos e de imagens do entorno do crime como 'limites intransponíveis' para a investigação.

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Essa avaliação se baseia também na própria delação de Queiroz, que possibilitou a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, como uma das pessoas que participaram da campana para monitorar Marielle.

Segundo fontes a par da investigação ouvidas pela reportagem, Suel chegou a ser sondado pela PF para firmar um acordo de delação no final de novembro do ano passado. Porém, as conversas não foram adiante, pois Lessa decidiu colaborar.

Procurada, a Polícia Federal informou que não comenta as investigações que estão em andamento.

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