A+

A-

Alternar Contraste

Sexta, 10 Janeiro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta

Cotidiano

Análise: Nunes lidera em SP, mas se aproxima de teto no 1º turno

Segundo Instituto Badra, o emedebista dá sinais de ter atingido o seu teto para o primeiro turno; veja análise de todos os pré-candidatos

Bruno Hoffmann

17/04/2024 às 06:13

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Análise feita pelo Instituto Brada referente a pesquisa eleitoral 2024 para a cidade de São Paulo

Análise feita pelo Instituto Brada referente a pesquisa eleitoral 2024 para a cidade de São Paulo | Divulgação

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera todos os cenários para a Prefeitura de São Paulo, de acordo com a pesquisa do Instituto Badra divulgado com exclusividade pela Gazeta nesta quarta-feira. Este é o primeiro levantamento feito na cidade e registrado na Justiça Eleitoral após o fechamento da janela partidária.

Continua depois da publicidade

Segundo análise da Badra, apesar de ser um bom número, o emedebista dá sinais de ter atingido o seu teto para o primeiro turno, e não deve ultrapassar os 25% dos votos totais.

Já em relação a Boulos, o levantamento aponta “um certo derretimento da intenção voto” do psolista.

“Ele que já disputou cabeça a cabeça com Ricardo Nunes a liderança da corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, parece ter perdido fôlego nesse momento”, afirma a análise da empresa.

Continua depois da publicidade

Abaixo, leia a análise do Instituto Badra de cada pré-candidato citado na pesquisa.

Ricardo Nunes

No cenário mais provável da disputa pela Prefeitura de São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) consolida posição que lhe garante algo entorno de um quarto dos votos totais. Ele tem, pelo levantamento da Badra, 26% das intenções de voto.

Em comparação com outras pesquisas recentes, de outros institutos, e considerando a margem de erro, o mdebista praticamente não apresentou oscilação. Apesar de ser um bom número, dá sinais, contudo, de ter atingido o seu teto para o primeiro turno, que de fato não deve ultrapassar os 25% dos votos totais.

Continua depois da publicidade

Nota: o eleitorado paulistano é composto por 9.331.168 eleitores. Bruno Covas, em 2020, foi ao segundo turno com uma votação de 1.754.013, o equivalente a 19,5% do eleitorado naquele ano (32,8% dos votos válidos). Nunes tem tudo para ter um desempenho, em primeiro turno, melhor do que o de Covas há quatro anos.

Outro fator que conta muito a favor de Ricardo Nunes nesse momento é o saldo da janela partidária, que permitiu aos vereadores trocarem de partido sem o risco de perderem seus mandatos. Ao menos 20 dos 55 vereadores da cidade mudaram de partido em relação à eleição de 2020, quando foram eleitos. E o MDB, de Nunes, foi a legenda que mais ganhou: seis vereadores. Agora é a maior bancada partidária do Legislativo paulistano, com 11 parlamentares no total. Além disso, as bancadas de boa parte dos partidos que compõem a base de apoio ao prefeito também cresceram. E no final das contas toda essa movimentação representa, no mínimo, influência sobre o voto.

Guilherme Boulos

A principal notícia ou revelação da pesquisa Badra é um certo derretimento da intenção voto em Guilherme Boulos, do PSOL. Ele que já disputou cabeça a cabeça, com Ricardo Nunes, a liderança da corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, parece ter perdido fôlego nesse momento.

Continua depois da publicidade

Com 17% das intenções de voto, está a consideráveis nove pontos de distância do atual chefe do Executivo paulistano. Mas não é só isso. O deputado federal passa a ver no retrovisor outra pré-candidata, Tabata Amaral (PSB), que encurtou a distância entre eles para sete pontos.

Nota: E não é que Tabata Amaral, também deputada federal, tenha crescido em termos de intenção de voto. Boulos é que diminuiu de tamanho, em comparação com pesquisas de outros institutos e da própria Badra. O lado positivo do atual desempenho de Boulos é que ele também está acima do percentual obtido, no primeiro turno de 2020, ou seja, 12% do eleitorado total, com registrou 1.080.736 votos.

Três destaques parecem oportunos. O primeiro, o fato do pré-candidato do PSOL registrar o maior índice de rejeição nessa, 19%, e em todas as outras pesquisas. Segundo, o encolhimento da bancada do PSOL, na Câmara de São Paulo, de seis para cinco vereadores (a questão é que a perda é representativa, já que se trata da vereadora Jussara Basso, ex-coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, que luta por habitação digna, uma das principais pautas do PSOL). E, terceiro, o efeito colateral da má avaliação do desempenho do Governo Federal junto aos paulistanos. Lula, principal cabo eleitoral de Boulos, tem seu governo reprovado por 46% dos moradores da Capital.

Continua depois da publicidade

Tabata Amaral

São cravados 10% em intenções de voto. A deputada federal Tabata Amaral, do PSB, rompe assim (e isso já havia sido detectado no levantamento, de março, da Paraná Pesquisas) o desafio da casa dos dois dígitos, sempre visto pelos políticos como a marca a ser superada em termos de candidatura com viabilidade eleitoral.

O patamar alcançado é um aceno aos demais concorrentes, e ao eleitorado paulistano, do tipo “tô no jogo”. A favor dela conta, ainda, o fato de registrar a menor rejeição, mirrados 2% do eleitorado.

Nota: Os números da pesquisa Badra não deixam dúvida. A disputa a ser travada por Tabata Amaral é em relação a Guilherme Boulos, e por um lugar ao sol no segundo turno da eleição paulistana. A grande questão que está colocada é se ela própria, a menina que saiu da periferia e foi para Harvard, e o PSB paulistano, derrotado em 2020 com Márcio França (fechou a eleição em terceiro lugar, com 728 mil votos), terão musculatura para chegar ao segundo turno. Convenhamos, ambos, hoje, ainda são vistos como franzinos.

Continua depois da publicidade

Tabata, aliás, tem apostado em uma narrativa que condena a polarização da eleição em São Paulo, entre Lula e Bolsonaro, para ver quem tem maior capital político. Do ponto de vista do discurso é até bonitinho, e faz lá sentido, mas, na prática, quem recentemente disputou eleições e adotou esse viés, deu com os burros n’água. E o Datena? Pois é! Foi para o PSDB, que afirma ir de Tabata. O partido, aliás, fechou a janela partidária sem nenhum vereador na Câmara da Capital. E tinha elegido oito parlamentares, em 2020.

Marina Helena

Não há exagero algum em se afirmar que a economista, ex-diretora de Desestatização do Ministério da Economia na gestão de Paulo Guedes, ex-ministro de Jair Bolsonaro, é o maior fenômeno, até aqui, em termos de intenção de voto, da disputa pela Prefeitura de São Paulo. Ilustre desconhecida pela imensa maioria do eleitorado, ela tem pontuado acima da casa dos 5% em todas as pesquisas de opinião realizadas até agora. No levantamento da Badra, registrou 4%.

Nota: O comentário vai parecer antipático, mas a tendência é real. Os institutos de pesquisa, nas perguntas estimuladas, utilizam discos de nomes, em formato de “pizza”, que apresentam os nomes dos pré-candidatos, sem a utilização de qualquer recurso visual que relacione o nome à imagem.

Continua depois da publicidade

É corrente entre os analistas que a intenção de voto que vem sendo manifestada em favor da pré-candidata do Novo seria fruto de uma confusão com outra Marina, a Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente. Tese certa ou errada, a verdade é que o Novo vai surfando essa onda e não tem, na prática, nada a ver com essa possível confusão.

Pablo Marçal

O levantamento realizado pelo Instituto Badra é o primeiro a incluir o nome do coach Pablo Marçal em pesquisa de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo. Recém filiado ao DC (Democrata Cristão, do interminável José Maria Eymael), opa, de última hora talvez ao PRTB, (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). Com 4% das menções, ele está de volta ao cenário político. No fim de março anunciado como candidato do DC, surge a notícia que antes do fechamento da janela partidária ele teria migrado para o PRTB.

Nota: Com mais de 7 milhões de seguidores nas redes sociais, Marçal é um player que não pode ser desprezado, sobretudo pela quantidade sem fim de polêmicas que costuma estar envolvido. Não há clareza em relação a qual partido está efetivamente filiado. Foi anunciada com pompa e circunstância, pelo DC, sua filiação e candidatura à prefeitura.

Continua depois da publicidade

A imprensa, agora, dá como certa a disputa pelo PRTB, que até então tinha anunciado Padre Kelmon como o candidato da legenda. Pablo Marçal, que tentou se lançar à Presidência em 2022, é um empresário, coach e influenciador digital que já foi alvo de uma operação da Polícia Federal sobre supostos crimes eleitorais e lavagem de dinheiro.

Kim Kataguiri

Filiado ao União Brasil, o deputado federal Kim Kataguiri registra 2% das intenções de voto na pesquisa do Instituto Badra. É menos que a metade do que obteve nos mais recentes levantamentos realizados pelo Datafolha e pela Paraná Pesquisas, quando alcançou 4% e 5,7%, respectivamente. A perda de aderência junto ao eleitorado, pode estar relacionada à presença de Pablo Marçal na corrida eleitoral paulistana, já que os dois, de certo modo, disputam o mesmo público eleitor.

Nota: Um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL) e protagonista do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, a candidatura de Kataguiri tem rumo incerto e indefinido. Seu partido, o União Brasil, em momento algum admitiu a candidatura.

Continua depois da publicidade

Pelo contrário. O vereador Milton Leite, dirigente da legenda, é apoiador de Nunes e não cansa de afirmar que o União Brasil está focado no apoio ao atual prefeito. Se bem que o próprio Milton alimenta a esperança de ver o partido, na condição de vice, compondo chapa com o MDB, e de preferência com seu filho, o deputado federal Alexandre Leite, ocupando a posição.

Altino

Altino de Melo Prazeres Junior, ou simplesmente Altino, tem 1% das intenções de voto na pesquisa Badra. Filiado ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, o PSTU, o sindicalista volta a disputar a Prefeitura de São Paulo. Ele foi candidato em 2016, tendo recebido pouco mais de 4 mil votos. Também se candidatou ao Governo do Estado, em 2022. No pleito, alcançou aproximadamente 15 mil votos. A estratégia eleitoral, fica claro, é a de fortalecer a legenda.

Nota: De extrema esquerda, com propostas e atuação voltadas às lutas de classe, o PSTU se define como “um partido de homens e mulheres da classe trabalhadora da cidade e do campo”. De acordo com o próprio site do partido, o PSTU defende o fim do capitalismo não como uma utopia, mas como uma necessidade. A legenda surge de uma ruptura com o PT.

Continua depois da publicidade

O tal combate ao capitalismo, claro, determina o confronto com os partidos inclinados à direita, sem poupar, no entanto, uma forte oposição à esquerda considerada “reformista”, que se posicionaria de forma ineficiente para acabar com o capitalismo e a exploração decorrente dele. A candidatura de Altino é, fica claro, uma espécie de defesa de um legado ou narrativa.

1.500 eleitores ouvidos

O levantamento ouviu 1.500 eleitores de forma presencial entre os dias 11 e 13 de abril, nas quatro macrorregiões da cidade, ou seja, zonas norte, sul, leste e centro-oeste, em quantitativo proporcional ao eleitorado, inclusive para gênero, faixa etária, escolaridade e renda.

A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa está registrada sob o número SP-09533/2024.

A janela partidária é o período em que os pré-candidatos podem trocar de partido de olho nas próximas eleições. Até o dia 5 de abril foiu possível a desfiliação partidária para mudança de legenda por vereadores que queiram continuar no cargo ou pretendam concorrer ao cargo de prefeito. 

Já a filiação partidária para se candidatar em 2024 foi feita até 6 de abril, seis meses antes da eleição. 

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados