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Cotidiano
Em janeiro, índice utilizado para reajustar o aluguel acumulou alta de 25,71%. Para especialista, conversa entre inquilino e proprietário pode evitar perdas para ambos
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Uma alternativa para sofrer menos com o reajuste é utilizar como índice o IPCA, diz especialista | /ARQUIVO PESSOAL/DIÁRIO REGIONAL
No início do mês, quem precisou negociar o valor do aluguel levou um susto ao se deparar com o reajuste. O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), principal índice utilizado na correção de valores de contrato de aluguel, havia acumulado alta de 25,71%, entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021, o que significava um aumento de cerca de um quarto nos aluguéis que aniversariam em fevereiro.
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Para os contratos a serem reajustados em março, a situação não deve ficar muito diferente. Isso porque, segundo a prévia do IGP-M, divulgada na última quinta-feira (18), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice deve fechar o segundo mês de 2021 com alta em torno de 28,64%, no acumulado do ano.
“O IGP-M é uma herança que temos da época da hiperinflação, por esta razão a sua correção recente foi elevadíssima em comparação com os demais índices”, explica o economista e advogado Paulo Eduardo Akiyama, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados.
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Alternativa
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, cerca de 18,3% da população mora em imóvel alugado. No estado de São Paulo, o percentual é ainda maior, atingindo 23,5% dos paulistas.
Uma alternativa para que este contingente de pessoas não sofra tanto com o reajuste do aluguel é utilizar como índice o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), cuja inflação acumulada em 12 meses (de janeiro de 2020 a janeiro de 2021) foi de 4,56%. Mas, será que o proprietário iria aceitar?
“O IPCA sempre é bem-visto e o locatário pode sim, negociar e requerer a mudança do índice de correção. O proprietário pode dizer não e requerer o imóvel? Sim. Porém, se ele levar três meses para locar novamente, já perdeu 25% do período sem receber aluguel. Portanto, melhor não correr o risco de ficar sem receber ou de ficar com o imóvel vazio. Sem contar as despesas do imóvel, como IPTU, condomínio (se for o caso), água, luz, etc... Caso eu fosse o locador, simplesmente olharia para esta conta e negociaria com o meu locatário”, argumenta Akiyama.
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Aluguel congelado
Parcelar o reajuste do aluguel, ou mesmo congelar o valor e só aplicar o reajuste no ano seguinte são outras soluções encontradas por inquilinos e proprietários neste momento delicado de pandemia. A segunda opção, inclusive, foi a eleita pela empresária paulistana Cristina Kaminsky, de 46 anos.
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Dona de dez imóveis alugados na Capital, ela preferiu aguardar “os caminhos da economia” para aumentar o valor do aluguel de seus inquilinos, dando um respiro aos mesmos. “Com a pandemia, segurei um pouco para passar o reajuste. Prefiro aguardar para ver como ficará a economia (...). Acredito, que o melhor caminho é a conversa. Dependendo do inquilino, se apertar, ele não paga e não sai do imóvel. Daí, é uma briga de anos para o despejo”, diz ela.
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