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Cotidiano
Os dois são pré-candidatos ao governo do estado, mas há uma tentativa de acordo para que França recue e concorde em concorrer ao Senado
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Geraldo Alckmin e Márcio França | Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB-SP) promoveu um encontro secreto entre Fernando Haddad (PT-SP) e Márcio França (PSB-SP) na quinta (7), em São Paulo.
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Os dois são pré-candidatos ao governo do estado, mas há uma tentativa de acordo para que França recue e concorde em concorrer ao Senado.
A conversa entre os três, na casa de Haddad, ocorreu logo depois da divulgação da pesquisa Datafolha.
Nela, Haddad aparece com 29% dos votos, e França, com 20%, seguidos por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com 10%, e Rodrigo Garcia (PSDB-SP), com 6%.
Para lideranças do PT, o natural seria França se retirar da candidatura para disputar uma vaga no parlamento, com garantia de amplo espaço em um eventual governo Lula/Alckmin.
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O socialista, no entanto, manteve a intenção de disputar o governo.
Ele prega que tem rejeição menor do que Haddad (20%, contra 34% do petista) e que, portanto, teria mais chances de vencer no segundo turno, atraindo o eleitor de centro-direita que não vota no PT.
Pelo desenho de França, o PT retiraria a candidatura de Haddad e se uniria ao PSB em torno de seu nome, que seria o candidato único do campo político da centro-esquerda.
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No próprio PT há quem defenda ainda uma terceira possibilidade: a de que os dois concorram ao governo.
A principal vantagem de manter as duas candidaturas, na visão dessas lideranças petistas, seria a de Marcio França frear, pela direita, o crescimento do governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP).
Com ele na disputa, Garcia tem 6% dos votos e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o candidato do bolsonarismo, tem 10%.
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No cenário em que França não aparece entre os candidatos, Haddad salta para 35%. Garcia ganha 5 pontos e sobe para 11% dos votos. Já Tarcísio sobe apenas um ponto, para 11%.
O impulso maior de Garcia preocupa lideranças que apoiam Lula e Alckmin: caso ele se afirme no eleitorado de direita, ultrapassando Tarcísio de Freitas nesse campo e indo ao segundo turno, teria maiores chances de vencer do que um candidato apoiado por Jair Bolsonaro.
Tanto Garcia quanto Tarcísio sentem o peso do apoio de seus respectivos padrinhos: 66% dos paulistas dizem que não votariam de jeito nenhum em um candidato de João Doria - que é aliado de Garcia. E 62% dizem que não votariam em um candidato de Jair Bolsonaro - que apoia Tarcísio.
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O problema dessa equação seria França concordar em ficar na disputa sem a retirada de Haddad, o que é considerado improvável.
A possibilidade de o PT retirar a candidatura de Haddad é considerada ainda mais difícil - segundo lideranças do partido, isso jamais vai ocorrer.
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