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Cotidiano
Aumento gira em torno de 40% e acontece mesmo com a obrigação de quarentena em outro país
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Apesar de atrair estrangeiros, não existe nada oficial que garanta a vacinação de um turista nos EUA | /Angellodeco
A vacinação a passos lentos tem feito com que muitos paulistas procurem viagens para outros países para se vacinar. Segundo agências consultadas pela Gazeta, a alta para os Estados Unidos, por exemplo, gira em torno de 40% e acontece mesmo com a obrigação de cumprir quarentena em outro país.
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“Desde a liberação da vacina para turistas por aqui, temos observado o aumento da procura de brasileiros para viajar aos Estados Unidos por conta da vacina. Muita gente entra em contato conosco, apesar de não oferecermos esse tipo de serviço, querendo saber qual é o processo para viajar. Acredito que a procura tenha aumentado cerca de 30% a 40% em relação ao mesmo período de 2019, pois em 2020 as fronteiras estavam fechadas. Ou seja, tem muita gente vindo exclusivamente com este objetivo”, relata Arleth Bandera, CEO da empresa Eagle Intercâmbio, sediada na Califórnia.
A agência Tobias Viagens, localizada em Bauru-SP, também observou aumento na procura por viagens para os Estados Unidos. “Hoje podemos atribuir 70% do público buscando viajar visando a possiblidade de se vacinar, ainda que a procura ocorra de forma discreta, pelo medo de críticas e da cultura de cancelamento”, diz a consultora de viagens da empresa, Evilin Magalhães.
Sem garantias
Segundo o presidente da Associação das Agências de Viagens do Interior do Estado de São Paulo (Aviesp), Marcos Lucas, a ida para os Estados Unidos para se vacinar entrou no radar dos paulistas depois que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, aventou sobre a possibilidade de vacinar estrangeiros. “Em uma brilhante ação de marketing, ele comentou sobre a ideia de vacinar turistas em pontos turísticos da cidade. Com isso, impulsionou ainda mais a procura por pacotes para o país. Em uma declaração, ele inclusive citou os brasileiros: "Meu coração está com os brasileiros. Há tanta dor, tanta dificuldade. Acho que o que pudermos fazer por quem está nos visitando, para dar boas-vindas, é mostrar que nós nos importamos com todos que estão aqui"”.
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Apesar da fala do político norte-americano, Lucas lembra que não existe nada oficial que garanta a vacinação de um turista estrangeiro. “Vale ressaltar que na legislação estadunidense, apenas residentes e cidadãos estão aptos a tomar as vacinas. Porém, na prática, em alguns lugares, como é o caso de Nova York, diversos turistas foram vacinados”, explica.
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Gastos expressivos
Além da não garantia de vacinação, os profissionais da área de turismo lembram que se vacinar fora do país não é para qualquer um. Com as restrições impostas a brasileiros para entrar nos Estados Unidos, quem decide ir ao país precisa antes cumprir 14 dias de quarentena em outro destino elegível, como México ou Caribe, o que faz com que a viagem não saia por menos do que R$ 15 mil.
O pecuarista Rafael Magalhães Padilha, de 40 anos, morador de Bauru, precisou fazer a quarentena para entrar nos Estados Unidos. Ele foi para o Texas a trabalho e aproveitou para se vacinar. “Eu viajei no dia 29 de abril e tive que ficar até 17 de maio no México para entrar nos Estados Unidos. Eu fui a trabalho, mas visto que ia demorar para que me vacinasse no Brasil, pela minha idade e por eu não ter comorbidades, e o fato de que a vacina ofertada lá naquele momento tinha uma proteção maior, eu decidi me vacinar”, conta Rafael, que pretende levar a filha de 12 anos para se vacinar nos Estados Unidos, caso a faixa etária dela seja contemplada primeiro lá.
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Além do Tio Sam
Para se vacinar nos Estados Unidos basta se dirigir a um posto de vacinação e apresentar um documento provando ter ao menos 16 anos de idade. Mas a terra do Mickey não é a única que está vacinando estrangeiros.
Na República de San Marino estrangeiros e não italianos que desejarem receber as duas doses da Sputnik V podem fazê-lo desde que estejam no território uma semana antes de receber a primeira dose e comprovem que estarão no país para receber a segunda dose. Além disso, é preciso pagar cerca de 50 euros. Na Rússia, contudo, é possível se vacinar de graça, visto que o país não exige comprovante de residência e nem estabeleceu grupos prioritários. Contudo, no caso da Rússia, as fronteiras estão abertas para pouquíssimos países e o Brasil não é um deles.
Outros países como Cuba, Emirados Árabes e Ilhas Maldivas também estudam a possibilidade de imunizar estrangeiros, mas ainda não há qualquer cronograma oficial.
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