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Cotidiano
No aniversário de São Paulo, descubra uma faceta pouco conhecida de Adoniran Barbosa, que traduziu em sambas as durezas e alegrias da metrópole
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Adoniran Barbosa | Reprodução
No fim da vida, acometido por um enfisema pulmonar, o compositor Adoniran Barbosa se viu forçado a frequentar menos a boemia paulistana. Começou então a desenvolver uma habilidade que já tinha desde moleque, mas que havia deixado de lado na vida adulta: construir brinquedos. Passou a fabricar trenzinhos de madeira, bicicletas de arame, tobogãs e carrosséis feitos de latas velhas.
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Era tudo elaborado em sua casa na Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, lugar que se refugiou com tristeza de não poder mais frequentar a noite. Também se amargurava por ver suas canções só serem reconhecidas tardiamente. As homenagens à sua obra, para ele, demoraram mais do que deveriam. Chegou a reclamar: “Por que não me procuraram uns 20 anos atrás?”.
Do seu ócio e tristeza surgiram brinquedos de fina habilidade. "Adoniran gostava de brincar e era extremamente habilidoso com as mãos. Tanto que, mais velho, com mais tempo para ficar em casa, construiu uma oficina nos fundos de casa e deu para inventar brinquedos. Fazia brinquedos usando tudo que caía em suas mãos", explica o livro Adoniran (editora Moderna, 2003), de Juliana Lins e André Diniz.
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Pouco antes da sua morte, em 1982, porém, passou a deixar a atividade de lado. Confessou em uma entrevista de 1981 que não tinha mais ânimo para fazer brinquedos, em sua peculiar mistura de melancolia e bom humor: “Dizem que aquilo é higiene mental. Eu chamo de higiene de débil mental”.
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